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Por definição; sintoma é qualquer alteração da percepção de normalidade, que uma pessoa tem de seu próprio corpo e/ou de suas sensações, podendo ou não consistir-se em um início de doença.
Fato é que deve-se atentar à presença de sinais ou sintomas manifestos e procurar assistência médica à avaliação e deliberação de conduta direcionada ao diagnóstico aventado.
Dor de cabeça ou cefaleia, é um sintoma de alta prevalência, comum à inúmeras patologias agudas e crônicas.
Metade da população geral tem cefaleia durante um determinado ano e mais de 90% refere história de cefaleia durante a vida.
Podem se apresentar; por exemplo durante o curso de uma gastrite, rinossinusite, dismenorreia (TPM), enxaqueca, ou ainda em presença de aneurisma cerebral.
As cefaleias podem ser classificadas em primárias ou secundárias.
Cefaleias primárias: são as que ocorrem sem etiologia demonstrável pelos exames clínicos ou laboratoriais usuais.
Cefaleias secundárias: são consequência de uma agressão ao organismo, de ordem geral ou neurológica.
Distúrbios de cefaleia primária incluem enxaquecas, cefaleias em salvas e cefaleias do tipo tensional.
As cefaleias secundárias podem resultar de doenças do cérebro, olhos, nariz, garganta, seios nasais, dentes, mandíbulas, orelhas, ou pescoço ou a partir de uma doença de corpo inteiro (sistêmica),
O estudo epidemiológico nacional da enxaqueca, realizado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia, estudou mais de 3.800 pessoas e revelou que a população brasileira tem 15,2% de enxaqueca, 13% de cefaleia tensional e 6,9% de cefaleia crônica diária.
Na avaliação médica, determina-se a causa da cefaleia e são identificados sintomas que possam sugerir uma doença grave e assim, intervir positivamente no prognóstico (resultado do processo fisiopatológico), sendo a morte e/ou as sequelas associadas, os desfechos nefastos que poderão ser evitados.
A hipertensão arterial é fator de risco com força de determinação maior da mortalidade cerebrovascular, pincipalmente a hemorragia cerebral, superior à de outros fatores de risco cardiovascular, como o tabagismo, dislipidemia e diabete.
O importante diferencial de gênero na distribuição espacial com determinante social da mortalidade cerebrovascular pode ser mais bem compreendido em estudos de autópsia, em que os casos por hemorragia cerebral foram mais frequentes em homens do que em mulheres.
Apesar da queda das taxas de mortalidade por doença cerebrovascular ser considerável em duas décadas, as taxas ainda são elevadas, mostrando o impacto da hipertensão arterial na população.
Um dos melhores meios de verificar a importância da pressão arterial elevada em uma população é quantificar e comparar a mortalidade por doença cerebrovascular na população.
Em um estudo sobre causas múltiplas de óbito, realizado em São Paulo nos anos 80, mostrou-se que em dois terços das mortes por doença cerebrovascular havia menção também à hipertensão arterial; contrariamente, só em 25% das mortes por doença coronária essa associação foi observada.
No Brasil, a doença cerebrovascular representa a principal causa de mortalidade. Em 2002, conforme dados de mortalidade mais recentes, considerando todas as causas de morte, a doença cerebrovascular foi a primeira causa responsável por 86.831 mortes, e a doença coronária a segunda causa, por 81.298 mortes.
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Automedicação infeliz “Manifestação Cultural”
A pressão arterial é determinada por uma fórmula matemática que envolve a capacidade de bombeamento do coração, o volume circulante e o status do calibre/luz vascular:
PA=DC x RVP; onde:
PA=pressão arterial
DC= débito cardíaco=FC x volemia; onde FC=frequência cardíaca e volemia=volume de sangue circulante (5 – 6 L, num indivíduo de 70kg)
RVP=resistência vascular periférica (diz respeito ao calibre dos vasos: se contraído-luz diminuída, se normal, ou dilatado-luz aumentada.)
As arteríolas são os vasos que, em razão de suas características estruturais e funcionais, têm a capacidade de regular com maior eficiência a resistência periférica, pela facilidade de variar o calibre, momento a momento e de forma permanente, na hipertensão.
Um grande número de substâncias biologicamente ativas interage com diferentes sistemas fisiológicos sendo a hipertensão arterial, explicada como uma disfunção desses sistemas.
O controle da pressão sofre influência do sistema nervoso autônomo (SNA) que é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida vegetativa e recebe informações dos pressorreceptores (sensores de pressão) arteriais, que induzem o mais importante mecanismo de controle reflexo da pressão arterial momento a momento.
O Healthy People é um programa de metas nacionais de promoção da saúde e prevenção de doenças, estabelecidas pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos; publicou em documento intitulado Healthy People 2010; considerando que o ideal seria de que95% dos entrevistados pudessem informar se a sua pressão arterial nos últimos anos seria normal ou elevada.
Um inquérito realizado pelo INCA em 2002, intitulado Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não-transmissíveis, teve como objetivo estimar a magnitude da exposição a comportamentos e fatores de risco para doenças e agravos não transmissíveis e do acesso a exames de detecção precoce e apontou a necessidade imperativa de implementação de novos inquéritos que são os principais pilares da vigilância em saúde.
Nas cidades com mais de 90% de participantes com pressão arterial medida nos últimos dois anos, a proporção de hipertensos foi maior no Rio de Janeiro e Porto Alegre, talvez pela maior proporção de idosos, visto que esses dados não foram ajustados por idade.
As mulheres têm a pressão arterial medida mais do que os homens, e há uma relação direta entre idade e verificação da pressão arterial.
A hipertensão arterial auto aferida foi mais frequente naqueles com instrução menor que a do curso fundamental, em comparação àqueles que completaram o ensino fundamental e outros níveis mais elevados. Embora os valores obtidos no conjunto de quinze capitais mais o Distrito Federal se aproximem dos 90% de indivíduos com a pressão arterial medida nos últimos dois anos, ainda é aquém do necessário, a fim de prever riscos e agravos.
A epidemiologia da hipertensão arterial no Brasil apresenta aspectos peculiares e coincidentes com outros países, com impacto importante no perfil de mortalidade, tais como; desigualdade social, na distribuição do risco de morte, no acesso ao diagnóstico de hipertensão arterial e na proporção de indivíduos com pressão arterial elevada.
O melhor indicador do impacto da hipertensão arterial na população são as taxas de mortalidade por doença cerebrovascular. No Brasil, as taxas de mortalidade por doença cerebrovascular são das mais elevadas para homens e mulheres, quando comparadas às de outros países da América Latina.
A distribuição das mortes cerebrovasculares em relação às demais mortes cardiovasculares apresenta relação inversa com a renda per capita. O acesso à determinação da pressão arterial também apresenta diferencial importante.
Existe grande expectativa acerca do genoma humano e ao acesso amplo e irrestrito aos testes fármaco genéticos, para que num futuro não muito distantes algoritmos para o diagnóstico e o traçado de um perfil de resposta terapêutica mais específicos poderão estar disponíveis a clínicos e pacientes, e que com isso tanto a morbidade quanto a mortalidade causada pela hipertensão arterial poderão ser minimizadas por modalidades não apenas terapêuticas, mas preventivas mais específicas e custo-efetivas.
Longevidade... porque o essencial é eterno.
Foto: Reprodução/Internet.
Dr Eduardo Macedo Bernardes - Médico, Diretor Clínico – Clínica EMBJANONI
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Tribuna da Imprensa Digital e é de total responsabilidade de seus idealizadores.
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