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Um dito popular diz "Não vais querer pôr à prova um homem com nada a perder". Ao deixar o centro da cidade mais bonita do mundo, virar um aglomerado de pessoas excluidas pelo sistema sem nada a perder, Eduardo Paes está colocando o coração do Rio de Janeiro e toda a população que o faz pulsar em perigo , pois ele é o fiscal da ocupação do solo e o responsável pelo fim dos estacionamentos populares na região. O Centro do Rio sempre tão movimentado por seu comércio e valorizado por sua importância histórica amarga o pior momento de sua história.
O legado olimpico troxe o VLT, mas para ele ser lucrativo se fez um verdadeiro caça as bruxas aos estacionamentos de Rua e os com preços populares. Hoje ir ao centro do Rio de carro é privilegio para poucos, pois já não bastasse os pedagios e o alto preço da gasolina, os poucos estacionamentos que sobraram no centro se pagam uma fortuna por uma diaria, os cidadãos cariocas que precisam ir ao centro e estão realizando suas tarefas e indo embora correndo, pois a cada hora que se passa lhe custa cerca de 20 reais nos estacionamentos mais baratos.
Quem não se lembra de Fauzi da associação de guardadores de carros, dando um tapa no rosto do secretário de ordem pública Alex Costa ao vivo na TV, após este destruir seu estacionamento de preço popular.
As rodas de amigos nos bares e as tradicionais voltinhas pelas ruas e mercados populares do centro, as visitas aos amigos aos escritórios, desde que acabaram os estacionamentos baratos diminuiram, com o fim das olimpiadas o movimento do centro da cidade nunca foi o mesmo, e não tem espaço vazio, com estacionamentos caros, a crise financeira e a pandemia, o centro da cidade virou um grande abrigo de moradores de ruas.
Sem ordem urbana houve uma ocupação do centro da cidade pelo comércio informal e por uma legião mendicante, como desdobramento da crise econômica que atinge o Rio, a começar pelo governo, que anuncia depois da venda de parte da CEDAE investimentos de bilhões em infra, e lançou programas importantes como Pacto, Supera e Cidade Integrada, mas se esquece do básico, politica social para tirar da rua os excluídos, que inibem a populaçao ativa economicamente de vir ao centro e fazem comércios fecharem e em cascata a arrecadação cair.
Famílias que perderam suas rendas fazem das calçadas suas moradias e o fato da crescente população de mendigos e excluidos no centro da cidade, faz com que a população ativa economicamimente se afaste, com medo da violência e roubos. Principalmente as mulheres que são vítimas constante de assaltos, deixaram de ir ao Centro do Rio com medo, pois como diz Chuck Rhoades no fina da 1º temporada de Billions “Sabe que o único inimigo perigoso que um homem com recursos ilimitados pode ter é aquele que não tem nada a perder”.
Sim mendigos, como prova de que o poder púiblico falhou temos eles dominando as ruas do centro "onde um é fraco, muitos se tornam fortes" e o governo municipal e estadual nada podem para com centenas deles. Não é só a falencia do capital e fiscal e a falência da política e dos políticos.
Não se pode alimantar um elefante com comida de coelho, e o que o poder público faz para recuperar e dar vida ao cidadão excluido pelas mazelas do sistema capitalista, é muito pouco, dar quentinhas e cobertor para não morrer de fome e frio, o sistema capitalista é cítrico, todos tem a chance de extrair frutos dele e todos tem a chance de se torna prospero e rico se trabalhar bem, mesmo que as estatitiscas não digam isso, porém o que poder público faz com o efeito colateral desse sistema? Excluídos,chamados, de flanelinhas, mendigos e vagabundos, o que o poder público pode fazer para tirar eles do centro da cidade? É o minimo e dever do estado retirar esses excluídos da rua, a população paga impostos e não pode se quer mais andar traquila no centro da "cidade maravilhora".
O maior prejudicado com toda essa falta de politica pública, onde estacionar um carro é para poucos e andar tranquilo não se dá mais, é o comerciante que fecha as suas portas, gerando milhoes de desempregos. Esquinas famosas do centro antes disputadas pelos empresários hoje estão fechadas.
O Centro lidera o ranking de lojas fechadas na cidade. Nos dois primeiros meses deste ano, o número de estabelecimentos que encerraram as atividades subiu, uma pesquisa feita por empresas imobiliárias que atuam na região constatou que mais da metade dos imóveis comerciais estão vagos. "Se não há ordem nem segurança, não há clientes e, consequentemente, acaba o comércio”, afirma Aldo Gonçalves, presidente do Sindilojas.
O centro contabilizou, só no ano passado, 798 empresas que encerraram suas atividades. De acordo com o levantamento da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, foram 6.901 baixas em toda a cidade em 2020, foram:
Restaurante tradicionais que fazem parte da história do Rio como Mosteiro O Navegador, Equimó, Sentaí, Bar do Leo, Bar Luiz (135 anos) e o Casa Villarino (berços da bossa nova), entre dezenas de outros, não resistiram e fecharam suas portas, até alguns tradicionais bancos e algumas tradicionais bancas estão de portas fechadas.
Em cada quarteirão ou esquina do velho Centro observa-se muitas lojas e salas comerciais com placas de “aluga-se”, “vende-se” ou “passo o ponto”, também faltam pedestres e pessoas circulando no principal meio de transporte da região, o VLT, grande causador dos fins dos estacionamentos de Rua baratos no centro.
Por Ralph Lichotti - Diretor do Tribuna da Imprensa
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