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Tatinha foi preso pelo Serviço de Inteligência da 166ª DP, no Rio de Janeiro, no último dia 5. Ele é suspeito de receber dinheiro de políticos para assassinar a jornalista Danielle Afif
O traficante Carlos Augusto Alcântara de Matos, conhecido como Pombo ou Tatinha, de 30 anos, chefão do Comando Vermelho preso no último dia 5, no Rio de Janeiro, por agentes da 166ª DP, foi transferido para o sistema prisional em Volta Redonda, no final da manhã desta quarta-feira, dia 7, sob um forte esquema de segurança. Além das medidas de praxe em casos, dois policiais armados de fuzis acompanharam a transferência.
Essa não foi a primeira prisão de Tatinha. Os agentes da 166ª DP já haviam capturado o traficante no último dia 16 de maio, na Vila do Abraão, na Ilha Grande, mas devido a uma falha do sistema judicial, ele foi liberado. No entanto, o serviço de inteligência da 166ª DP não desistiu de capturar um dos mais perigosos criminosos da região, solicitando novamente sua prisão à Justiça, que emitiu novos mandados.
Para quem ainda não sabe, o traficante é apontado como mandante ou executor de assassinatos e também é suspeito de se aliar a políticos para tramarem a execução da jornalista Danielle Afif, editora do portal A Cidade Costa Verde e do jornal A Cidade.
Segundo a polícia, a trajetória de Tatinha no mundo do crime começou cedo. Há 10 anos, além de traficante, ele já era um assassino. Ele é apontado pela polícia como um dos autores do assassinato de LD da Caixa d’Água. Na ocasião, ele e seus comparsas mataram o antigo aliado a pauladas no meio da rua. O objetivo era que ele assumisse o lugar de Paizão, morto em um presídio estadual, e foi exatamente isso que aconteceu.
Outro crime atribuído a ele ocorreu no último dia 9 de março. Tatinha teria sido o mandante da morte do traficante “Sete da Sapinhatuba”, na Rua Arcebispo Santos, atrás da Câmara de Vereadores, no Centro da cidade. Tatinha não aceitou a mudança de facção de Sete e jurou matar o ex-aliado. O último assassinato atribuído a ele teria ocorrido na madrugada do dia 13 de maio, quando Alex Pereira, conhecido como Zinho, foi assassinado dentro de casa, na Rua Dr. Léo Corrêa da Silva, no Centro da cidade.
A polícia ainda afirma que ele estava em liberdade condicional por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico e associação para o tráfico quando cometeu esses crimes. Além de eliminar inimigos, Tatinha não dava sossego aos moradores do Morro da Caixa D’Água. Ele queria eleger, nas próximas eleições, um candidato a vereador apoiado por seu grupo. Para isso, ele coagia e ameaçava os moradores que pensassem em apoiar ou fazer campanha para outro candidato.
A ideia era que esse candidato se comprometesse a empregar membros do tráfico em empresas terceirizadas pela Prefeitura logo após saírem da cadeia (ressocialização), assim como seus familiares. Tatinha também decidia quais políticos poderiam circular nas comunidades controladas pelo Comando Vermelho.
Tatinha também é suspeito de ter recebido R$ 50 mil de políticos locais para planejar o assassinato da editora de A Cidade, Danielle Afif, conforme divulgado em nosso portal, redes sociais e jornal impresso. A trama foi denunciada por carta enviada pelos Correios à sede de A CIDADE e entregue ao Ministério Público e à 166ª Delegacia de Polícia, que já começaram a ouvir os supostos mentores dessa conspiração.
A carta afirmava que Tatinha e outros três traficantes estavam aliados a políticos e funcionários públicos da Prefeitura para assassinar a jornalista. Os políticos teriam inclusive pago aos criminosos os 50 mil reais exigidos para realizar o “serviço”.
O objetivo era silenciar a jornalista que denunciava que os traficantes estavam obrigando moradores dos morros da região central da cidade a votar em um candidato a vereador indicado por membros do governo com o apoio dos criminosos.
Na carta recebida pela jornalista, um morador citou os nomes dos envolvidos e afirmou que dois políticos de destaque na cidade, pessoas aparentemente acima de qualquer suspeita, haviam comemorado a aliança com o tráfico em um churrasco na presença de traficantes armados com fuzis e pistolas.
A jornalista denunciou a ameaça à 166ª DP, ao Ministério Público e às entidades de classe, como a Fenaj. Imediatamente, a Polícia Civil e o MP iniciaram a investigação da conspiração e estão ouvindo e, quando necessário, prendendo os envolvidos.
Com informações A Cidade
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