Cláudio Castro se reúne com Guedes amanhã e alerta: “Justamente agora vão querer quebrar o Rio de novo?”

Cláudio Castro se reúne com Guedes amanhã e alerta: “Justamente agora vão querer quebrar o Rio de novo?”

Da Agenda do Poder - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, terá um encontro amanhã como o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na reunião serão debatidos os pareces recebidos pelo Tesouro e da PGFN que ameaçam inviabilizar a participação do Rio no Regime de Recuperação Fiscal, avaliações que causaram grande surpresa no estado.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse na tarde desta segunda-feira (17) que “tirar o Rio do Regime de Recuperação Fiscal, além de ser uma maldade, não condiz com o trabalho que está sendo feito aqui”. O governador criticou duramente os integrantes do Tesouro Nacional pela análise exclusivamente tecnocrática da proposta do Rio, sem levar em contas os compromissos sociais de um governo, com o funcionamento da máquina administrativa em benefício da sociedade.

“O Rio tem que pagar sua dívida, sim. Mas vemos técnicos (do Tesouro Nacional) que não sabem a realidade de um hospital cheio, de investimentos que geram empregos. O Rio é o segundo Estado que mais contribui para a Nação. Como falar em recuperação fiscal sem segurança pública e hospitais de qualidade, sem nossas universidades?”, questionou.

Cláudio Castro afirmou que, em seu entendimento, o plano não pode ser rejeitado por ter sido mencionada, na proposta estadual, a recomposição salarial de servidores fluminenses.

“Só porque fizemos uma recomposição salarial, “justamente agora vão quebrar o Rio de novo”, indagou.

O governador continuou esclarecendo que a própria lei que criou o RRF estabelece a recomposição salarial nos percentuais do IPCA, como realizado.

“Estamos fazendo nossa parte  sim, mas sem dizimar o servidor público e afins. Leiam a lei complementar 178 e vejam que ela permite concorrer em recomposição em até 14%, nós demos 13%”, afirmou.

O governo estadual já foi comunicado da decisão, em carta assinada pelo secretário especial do Tesouro e Orçamento substituto, Julio Alexandre Menezes da Silva.

“Regime de recuperação fiscal não é regime de pagamento de dívida”. “O que precisamos fazer com controle de contas sério é desenvolver o Estado”, reagiu o governador.

“Defenderemos o Rio intransigentemente, iremos a todas instâncias que tivermos que ir. A decisão de investimento maior no primeiro ou últimos anos é uma decisão do estado. É um trabalho que visa à salvação desse estado, que respeita o servidor. Não temos direito de desrespeitar a lei, nem o Ministério da Economia,  nem desrespeitar o funcionalismo “, disse.

A decisão de rejeitar o retorno do Rio é baseada em pareceres do Tesouro Nacional e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que pedem a rejeição desse planejamento montado pelo governo estadual.

O governador vai se reunir com o ministro Paulo Guedes na quarta feira às 17h. Na reunião serão debatidos os pareces recebidos pelo Tesouro e da PGFN.

Na última semana, os documentos entregues pelo Rio ao governo federal supostamente ampliavam gastos estaduais, em vez de reduzi-los, o que não é verdadeiro.

Na coletiva com Castro, o secretário de Fazenda do Rio, Nelson Rocha, rebateu informações sobre os pareceres: “O plano apresentado é um plano inovador que permite o RJ reconstruir a sua situação fiscal. É um plano inovador, que parte de pressupostos, de responsabilidade se pauta pela responsabilidade fiscal. Para nós é uma surpresa esse parecer.  Cumprimos tudo o que foi estabelecido nas conversas, mas ainda assim virou uma negativa”.

“Não é reajuste, como muitos quiseram fazer intriga, é recomposição salarial “, disse Nelson Rocha

Além dos pareceres contrários do Tesouro e da PGFN, há um terceiro documento do Conselho Supervisor do Regime de Recuperação Fiscal do Rio, formado por representantes do governo do estado, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio Ministério da Economia.

Rocha afirma que, mesmo fora do regime, o estado do Rio não “vai acabar”. “Mesmo se ficar de fora do RRF,  o Rio de Janeiro não vai acabar, nem vive às custas dos outros como disseram por aí. Como disse o governador,  nós somos um dos quatro estados que mais arrecadam para o governo federal no país”, diz o secretário.

Por Jornal da República em 18/01/2022
Publicidade

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

Da trincheira do Hospital, presidente agora agride membros da CPI
15 de Julho de 2021

Da trincheira do Hospital, presidente agora agride membros da CPI

Lula, Belford Roxo, Caxias e a tática eleitoral do PT para o estado do RJ
09 de Fevereiro de 2024

Lula, Belford Roxo, Caxias e a tática eleitoral do PT para o estado do RJ

Governadores de 13 estados e do DF assinam nota em apoio ao Supremo
16 de Agosto de 2021

Governadores de 13 estados e do DF assinam nota em apoio ao Supremo

Podemos incorpora PSC
22 de Novembro de 2022

Podemos incorpora PSC

Aguarde..