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“No Japão existe uma técnica chamada de Kintsugi, que consiste em colar cerâmica quebrada e, depois, passar um esmalte dourado nas rachaduras. Assim o objeto, além de se tornar uma peça única, começa uma nova vida. Os defeitos são partes inseparáveis da história dos objetos e eles precisam ser aceitos,e até destacados;mas,jamais,escondidos!
Com relação aos nossos defeitos e às nossas cicatrizes é a mesma coisa, pois são eles que nos fazem ser o que realmente somos! Eles fazem parte de nós e dificilmente conseguiremos escondê-los. Nem devemos! Não existe uma pessoa sequer perfeita! Cada um de nós tem a sua própria história que, por ser única, é mágica e maravilhosa: com suas virtudes e seus defeitos; com os seus erros e os seus acertos; e com suas incicatrizáveis cicatrizes.
”Ora, muitas mensagens no Instagram e no Facebook são lindas! Nelas as lições de vida se espalham como folhas ao vento, e todos nós parecemos ser perfeitos como vasos intactos. Se todos nós agíssemos de acordo com a filosofia que divulgamos, em pouco tempo o mundo seria um local perfeito para se viver. O conteúdo das belas mensagens e lições são esquecidos logo depois que as escrevemos ou postamos, e a virtude lida e aprendida logo se perde no espaço, um pouco depois do jornal ou da novela, ou das discussões sobre política nas quais só eu e você estamos sempre certos, e só eu e você temos sempre razão. Os outros não!"
O inferno são os outros", disse Sartre. Logo, vamos refletir sobre isto e vamos nos tornar mais respeitosos, no mínimo mais tolerantes com todas as pessoas.
Não vamos quebrar vasos e 2 vidas porque, diferentemente do que acontece na técnica Kintsugi, seres humanos dificilmente aceitam remendos, muito menos esmalte dourado por cima.
Por Wanderley Rebello Filho
Advogado, Vice-Presidente da ANI e Diretor da Escola de Prerrogativas da OAB/RJ
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