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Duque de Caxias possui um dos maiores orçamentos do Estado do Rio, cerca de R$ 5 bilhões anuais, o que torna o município menos dependente de transferências externas para realizar ações para o seu desenvolvimento, ao contrário da maioria das cidades brasileiras. No entanto, a receita generosa não tem resultado em altos investimentos públicos, um desafio a ser enfrentado pelo próximo prefeito.
Conforme a análise de gestão fiscal feita pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), na última década — durante os governos de Alexandre Cardoso (2013-2016), Washington Reis (2017-abril de 2022) e Wilson Reis (2022-2024) —, o município esteve na zona crítica do nível de investimentos municipais, calculado pelo Índice Firjan (IFGF), saindo dessa faixa apenas em 2020 e 2022, anos eleitorais.
Constam do relatório da Firjan demandas para melhoria do desenvolvimento econômico da cidade. A pesquisa, feita entre empresários, aponta para pavimentação adequada das vias urbanas; infraestrutura para oferta de energia elétrica às áreas industriais; aumento da rede de coleta de resíduos e recicláveis; atuação conjunta com o governo estadual na área de segurança pública e repressão ao comércio ilegal. A pesquisa vai ao encontro de reivindicações da população, que incluem ainda investimentos no transporte e na educação.
As queixas dos moradores sobre a qualidade do serviço prestado pelas empresas de ônibus, que vão de veículos superlotados ao longo intervalo entre as viagens, chamam a atenção. A deficiência na mobilidade prejudica tanto os passageiros que precisam se deslocar para o Centro de Caxias, quanto para a capital. Além disso, há pouca integração com os demais municípios da Região Metropolitana do Rio, apesar da cidade ser cortada por duas importantes rodovias: a BR-040 (Rio-Petrópolis) e a BR-493 (Itaboraí-Itaguaí). Recentemente, a população foi surpreendida por ônibus municipais com tarifa zero, lançados pela prefeitura para suprir a carência de transporte.
O combate às enchentes é outro desafio para o novo prefeito. Faltam estudos da prefeitura que embasem ações necessárias para reduzir os problemas causados pelas fortes chuvas de verão. Ao analisar o plano de contingência da Defesa Civil para chuva 2023-2024, é possível perceber que o documento sequer conta com um diagnóstico atualizado das regiões vulneráveis às mudanças climáticas. O estudo que serviu de base para o planejamento é de 2011.
A priorização da educação é outro tema recorrente. Os candidatos a prefeito Zito (PV), Wesley Teixeira (PSB) e Celso do Alba (União) assinaram uma carta em que se comprometem com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio (Sepe) a investirem na área, incluindo reajustes salariais. O vencimento básico da categoria hoje no município, que já foi um dos maiores do estado, não alcança o piso nacional do magistério (R$ 4.580,57).
Com informações do Extra
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