Com Milei na presidência do Mercosul em 2025, vitória da esquerda no Uruguai aliviou Lula

Com Milei na presidência do Mercosul em 2025, vitória da esquerda no Uruguai aliviou Lula

Lula e Milei

Argentina de Javier Milei assume presidência do Mercosul no primeiro semestre de 2025 | Foto: EFE/EPA/OLGA FEDROVA/Matías Martín Campaya

Com a Argentina pretende assumir a presidência do Mercosul , a eleição do esquerdista Yamandú Orsi para a presidência uruguaia pode ser um rompimento para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com a vitória de Orsi, o brasileiro ganha um aliado regional e no Mercosul, que passa a ter um quadro ideológico equilibrado. 

Com a eleição de Orsi, o Mercosul terá dois presidentes de esquerda (Brasil e Uruguai) e dois de direita (Argentina e Paraguai) – a Bolívia, de Luís Arce (esquerda), também foi integrado ao Mercosul mas ainda não concluiu sua adesão e , por isso, o país ainda não possui poder de voto. A América do Sul também ganha uma visão predominantemente esquerdista, com nove dos 12 países presididos por líderes progressistas .  

Nos bastidores do governo, a vitória da esquerda no Uruguai foi vista com bons olhos. O cenário foi comemorado pela possível sinergia que Lula pode ter com o novo presidente Uruguaio. “A vitória do partido Frente Ampla, do Yamandú, é uma boa boa notícia para o atual governo brasileiro”, avalia Pedro Feliú, professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo. 

O docente explica que, ainda que não tenha posse, é possível fazer atenção sobre os interesses e possíveis aspectos que o presidente eleito deve adotar durante sua gestão. Yamandú Orsi foi eleito pela Frente Ampla, mesmo partido de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai que possui uma amizade com Lula . Mujica, inclusive, apoiou a candidatura de Orsi.  

“A Frente Ampla é um partido que tem uma elevada apreciação ao Mercosul, foca na integração regional como um dos objetivos a serem atingidos do ponto de vista político e se posiciona contrariamente à negociação de acordos comerciais fora da tarifa externa comum ou fora do Mercosul em geral. Então acredite que para essas agendas, o Lula terá um parceiro mais confiável”, pontua Feliú. Na avaliação do professor, a eleição de Orsi pode ser um afago para Lula no Mercosul.  

Com a Argentina pretende assumir a presidência do Mercosul, a eleição do esquerdista Yamandú Orsi para a presidência do Uruguai representa um alívio estratégico para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Mercosul diante da Argentina assumir a presidência do bloco econômico

A vitória do candidato da Frente Ampla reforçaria a aliança regional e equilibraria o bloco sul-americano em termos ideológicos. No novo cenário, o Mercosul contará com dois presidentes de esquerda (Brasil e Uruguai) e dois de direita (Argentina e Paraguai). A Bolívia, liderada por Luis Arce (esquerda), já foi integrada ao Mercosul, mas ainda não concluiu sua adesão, o que a impedia de exercer poder de voto. Paralelamente, a América do Sul exibe um panorama predominantemente progressista, com nove dos 12 países sob governos de vidas esquerdistas.

No governo brasileiro, a eleição de Orsi foi recebida diante da expectativa de sinergia entusiasmada entre Lula e o novo presidente Uruguai. Pedro Feliú, professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), diz que a vitória é uma boa notícia para o governo brasileiro .

Segundo o professor da UP, ainda que Orsi não tenha reforçado, é possível prever os rumores que sua administração deve tomar, considerando sua filiação ao mesmo partido de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai e aliado de longa data de Lula. Mujica apoiou publicamente a candidatura de Orsi.

“A Frente Ampla valoriza o Mercosul, prioriza a integração regional como objetivo político e rejeita negociações comerciais que não respeitem a tarifa externa comum do bloco. Por isso, é provável que Lula encontre em Orsi um parceiro mais confiável para fortalecer essas agendas”, explica o professor. Ele ressalta que a eleição do novo líder Uruguai pode representar um alento para o Brasil no contexto do Mercosul.

 

 

Por Jornal da República em 02/12/2024
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