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Não existe meio-termo para Claudio Castro, ou ele acaba com as milícias, ou as milícias acabam com ele.
O Vereador Paulo Pinheiro @paulopinheirorj detona o discurso do "inimigo nº 1", para ele não passa de um truque, "Sem qualquer plano, visão estratégica ou política estruturante para apresentar, o governador apelou para bravatas e, mais uma vez, reforçou seu compromisso com o atraso. Apesar dessa estratégia já ter se provado fracassada no passado, ela é perfeita para governadores incompetentes, porque substitui a necessidade de apresentar à sociedade um plano de combate ao crime organizado", afirma em suas Redes Sociais.
O porte funcional assegura a possibilidade de autoridades portarem arma de fogo em razão do cargo ou função que exercem. Ou seja, só o Estado tem o poder de armar e o monopólio legítimo da força, porém a Polícia Civil confirmou que a série de incêndios registrados tem relação com a morte do sobrinho do miliciano Zinho, Matheus da Silva Rezende, durante um confronto com policiais, ou seja, o monopólio legítimo da força não pertence mais ao Estado.
A entrevista coletiva do governador Cláudio Castro após os ataques do consórcio milícia-tráfico, que deixou o Estado de joelhos, pode ser considerada tão catastrófica quanto a ação dos bandidos, quando ele disse "'O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado', e logo depois 35 ônibus são incendiados e transporte público parou deixando milhões a pé, os milicianos mostraram ao Governador que ele manda na execução do orçamento do estado, não no estado.
Será que o Governador não percebeu que se eram capaz de sequestrar a Deputada Lucinha, que é considerada a "Rainha da Zona Oeste' em Meio à Falta de Segurança Pública e Vulnerabilidade das Autoridades Estaduais, ele então não tinha o mínimo respeito para enfrentar os milicianos.
O Governador se mostrou neófito e alheio à maior ação do banditismo no Rio em décadas, ao dizer que as forças policiais do seu governo estavam todas contingenciadas.
Se estavam contingenciadas e 35 ônibus e até um trem foram queimados, imagina o dia em que eles estiverem desmobilizadas, Castro aceitou o conselho dos deputados que mudaram até a Lei Orgânica da Polícia Civil, a toque de caixa, para possibilitar que Amin presidente do Detran, apadrinhado pelo deputado estadual Márcio Canella, presidente do União Brasil,assumisse a secretaria. afirma reportagem do Estúdio B.
Segundo discurso de Lindbergh Farias deixa a entender, que o governador que caiu de paraquedas no Palácio Guanabara, que teve estômago para formar chapa com Wilson Witzel, assumiu o posto depois da derrocada de seu parceiro e nunca mostrou habilidade para estar no cargo. Sobretudo quando o assunto é Segurança Pública.
Uma amostra disso foi seu ato, de entregar de bandeja o comando da Polícia Civil para deputados da Alerj. Esse movimento, trágico, vai contra o ditado de "que a área de segurança não é para político meter o dedo".
O sinal agora dado por Castro a toda a população é que temos um governador frouxo, que faz do bem-estar e da paz do povo fluminense moeda de troca, afirma reportagem do Estúdio B que em outra matéria afirma que o União Brasil tomou de assalto a Polícia Civil do Rio.
Ataques são a ponta de um problema gigantesco, afirma morador do Rio
Especialista diz que atos revelam amplitude do domínio de milícias.
“O transporte público sendo queimado é só a ponta de um problema gigantesco que a gente vive na zona oeste”, diz um morador* desta região do Rio de Janeiro onde 35 ônibus e um trem foram queimados na segunda-feira (24) pela maior milícia do estado. Ele conta que, no dia a dia, paga mais caro por itens como galões de água e botijão de gás, além de não poder escolher serviços de internet ou de TV a cabo, sendo obrigado a contratar aqueles que são controlados pelas milícias.
“Até a água que a gente bebe é determinada, às vezes, pela milícia. Eu posso comprar no raio da minha casa por um valor. Se eu trabalho em outro bairro mais distante, e lá for mais barato, eu não posso levar para onde eu moro por risco de sofrer alguma violência. Eles impactam muito o ir e vir das pessoas. É muito complicado, complicado até de falar. É um silêncio que parece calma, mas é medo”, afirma.
Na segunda-feira, os veículos foram queimados em reação à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, ligado à milícia e que foi morto pela polícia. A reação do crime organizado é considerada pela Rio Ônibus o maior ataque à frota da cidade já realizado em um único dia. A ação, classificada de terrorista pelo governo do estado, chamou a atenção para as milícias, cujo domínio cresce no Rio de Janeiro.
Atualmente, cerca de 20% da área da região metropolitana do Rio de Janeiro é controlada por algum grupo armado, e as milícias dominam metade dessas áreas, conforme o Mapa dos Grupos Armados, lançado nesta terça-feira (13), em uma parceria do Instituto Fogo Cruzado com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF). Em 16 anos, as áreas dominadas pelas milícias cresceram 387%.
De forma geral, as milícias são grupos paramilitares formados tanto por servidores públicos da área de segurança quanto por civis da área de segurança. Segundo o professor José Claudio Sousa Alves, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, as milícias desenvolvem-se a partir dos grupos de extermínio, que se formaram a partir dos anos 1990. As relações foram se tornando mais complexas e, de acordo com Alves, há acordos de milícias inclusive com facções do tráfico. Não se trata de uma única milícia, são grupos que inclusive rivalizam entre si. Por terem surgido de dentro do estado, são organizações que guardam proteção e influência tanto dentro das forças de segurança quanto na política.
Para Alves, os ataques aos veículos mostram a amplitude das áreas sob domínio de tais organizações, que “vêm crescendo e aprofundando a capacidade de atuação e estão sendo capazes de alterar o cenário muito rapidamente, de fazer alianças e continuar com estrutura de poder”. “O poder miliciano está muito mais amplo e muito mais penetrado na estrutura social e geográfica de todo esse eixo da Zona Oeste, de Santa Cruz, Recreio, Barra, passando todos esses territórios, manifestando o seu poder agora, poder muito mais consolidado”, acrescenta o professor.
Aumento da violência
A tensão nos territórios controlados por esses grupos prosseguiu nesta terça-feira. “Enquanto a gente está falando, a polícia está passando. É tensão que não cessa. Estão mandando o comércio fechar. Os comerciantes, além de pagar sobretaxa, sofrem violências, e esse tensionamento agora interfere na vida econômica das famílias. Quem tem comércio, quem vende um lanche, quem tem sorveteria, uma coisa pequena, está fechado neste momento. Bem cruel a nossa vida nesse cenário”, diz o morador da zona oeste.
A apreensão permanece no dia a dia, quando as pessoas precisam pagar uma taxa mensal para que seja feita a segurança local. “As pessoas das casas pagam taxa mensal de segurança, que a gente não sabe que segurança que é, na verdade. É o inverso disso. Pagam uma taxa para não sofrer uma violência de quem lhes cobra.”
Dados do Instituto Fogo Cruzado mostram que o número de mortos a tiros na zona oeste mais do que dobrou, registrando aumento de 127% de 2022 para 2023. De janeiro a outubro deste ano, foram 248 mortes, contra 109 no mesmo período de 2022. O número de tiroteios aumentou 55%: foram 475 de janeiro a outubro de 2022, e 737 de janeiro a outubro de 2023.
De acordo com o instituto, as chacinas também dispararam. Foram quatro chacinas entre janeiro e outubro de 2022, que deixaram 12 mortos. No mesmo período deste ano, foram oito casos, com 50 mortos. Enquanto, em 2022, houve uma chacina policial, com três mortos, em 2023, foram oito chacinas policiais, com 28 mortos.
Segundo o coordenador do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, Carlos Nhanga, a relação entre a milícia e o Estado é o que mais dificulta o combate a esses grupos. “O fato dela estar intrinsecamente ligada ao Estado hoje é o maior problema do enfrentamento às milícias e ao crime organizado como um todo. Você tem agentes com informações privilegiadas do poder público cedendo essas informações para o crime organizado. É muito difícil imaginar que haja um combate de fato efetivo para frear a atuação da milícia”, diz Nhanga.
Combate às milícias
Após os ataques, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, determinou que toda a força policial do estado esteja nas ruas, com o uso de viaturas, carros blindados, helicópteros e drones. Após os incêndios criminosos de segunda-feira, 12 pessoas foram detidas. Segundo Castro, seis foram liberadas por ausência de “indício de autoria e materialidade”.
De acordo com a polícia, o homem morto, que desencadeou os ataques, conhecido como Faustão, era o número 2 na hierarquia da milícia em Santa Cruz e Campo Grande, na zona este. O líder Zinho (Luis Antônio da Silva Braga), líder da mesma organização, Tandera (chefe de outra milícia) e Abelha (líder do Comando Vermelho) são procurados pela polícia, informou o governador.
Tanto Alves quanto Nhanga defendem ações estruturais para enfrentar o crime organizado.
A busca por líderes de determinadas organizações não vai, sozinha, solucionar a questão, afirma Nhanga. “Ano após ano, tanto o Estado quanto a imprensa elegem ali o bandido mais procurado e mais perigoso do Rio de Janeiro e, como consequência disso, temos várias operações, tiroteios, mortes, impactos nos serviços públicos durante essa caça a um título que se renova anualmente”, diz. “São diferentes nomes, mas sempre com o estado operando como mesmo método, individualizar, personificar toda uma estrutura criminosa numa mesma pessoa para dar uma sensação de combate ao crime organizado.”
Segundo o coordenador do Instituto Fogo Cruzado, dados como os levantados pela instituição podem ser úteis para desenhar políticas públicas voltadas para as áreas de maior crescimento do crime organizado e para traçar tendências que podem ajudar o estado.
O professor Alves diz que, para haver uma solução, primeiro, seria necessário reconfigurar a estrutura da segurança pública, indo além do conflito bélico, que, segundo ele, tem sido a política pública praticada. “Tem que mudar a raiz dos confrontos, tem que dialogar com a população de cada região. As pessoas têm que se transformar, elas próprias, em autoras de políticas públicas que vão ajudar a resolver seus problemas. Não podem ser meramente massa de manobra eleitoral. É preciso mudar a forma de lidar com a população, transformá-la em uma população ativa.”
Alves defende ainda políticas voltadas para a cultura, para atividades que deem perspectiva de vida e de renda aos jovens, especialmente nas regiões mais pobres. Isso fará com que eles sejam menos cooptados pelo crime organizado. “Se não caminha nessas direções, não vai resolver esse problema nunca. Pode matar quantos você quiser dizendo que está resolvendo o problema. Isso é uma balela, é uma mentira. Você está é empurrando o problema, ampliando o problema”, diz o professor.
Lindbergh quer a criação Secretaria de Segurança para conter a crise
já procurou integrantes do Planalto para que o governo federal exija do governador Cláudio Castro (PL) o retorno da pasta, que integrava os comandos da Polícia Civil e Polícia Militar. A ideia seria nomear alguém acima da discussão política, com capacidade para atuar como interlocutor entre o Palácio Guanabara e Brasília.
“A crise mudou de patamar. Não dá para conversar com um chefe da Polícia Civil nomeado pela Assembleia Legislativa. O governo precisa retomar a Secretaria de Segurança, com alguém que tenha estatura para conversar com o governo federal”, disse o deputado.
A proposta será discutida em uma reunião da bancada federal, marcada para às 19h desta quarta-feira.
Em entrevista recente, já em meio a crise de segurança, o governador do Rio afirmou que a Secretaria de Segurança “não faz a menor falta”. A Pasta foi extinta em janeiro de 2019 pelo então governador Wilson Witzel durante a intervenção federal na segurança pública.
Com informações G1
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