Coronel da PM diz que bolsonaristas acampados viviam em mundo paralelo: 'Um deles me disse que era ET'

Oficial que foi preso por suspeita de omissão nos atos terroristas de janeiro, também afirmou que Exército agiu para impedir tentativas da polícia de conter as invasões golpistas

Coronel da PM diz que bolsonaristas acampados viviam em mundo paralelo: 'Um deles me disse que era ET'

O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, afirmou que os bolsonaristas instalados nos acampamentos golpistas na frente do QG do Exército em Brasília viviam em um "mundo paralelo", relatando ter se deparado com um que alegava ser um extraterrestre. 

"Escutei relatos que falei: 'não é possível que essa pessoa está me falando isso'. Teve uma pessoa que me abordou um dia e falou para mim que era um extraterrestre, que estava ali infiltrado e, assim que o Exército tomasse, os extraterrestres iam ajudar a tomar o poder", declarou o coronel, de acordo com o portal Uol.

Jorge Naime prestou, nesta quinta-feira (16), depoimento perante à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do DF, onde também disse que seu departamento não teve acesso a relatórios de informação que mostrariam a gravidade dos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro durante os protestos que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Além disso, alegou que as informações sinalizavam que o movimento golpista dos acampamentos perderia força e se encerraria após a posse de Lula (PT), o que não se verificou na realidade dos fatos.

O coronel, que foi preso em fevereiro por suspeita de omissão antes e durante os atos terroristas de 8 de janeiro, também afirmou que o Exército agiu para impedir tentativas da polícia de conter as invasões golpistas: "fui acessar a área onde toda a população estava acessando, fardado, com patrulheiro do lado, mas fui abordado por um soldado que botou a mão no meu peito, me proibiu de entrar, chamou o GSI, a comando do capitão Roma. A população veio correndo, veio um sargento me apontando o dedo na cara, me mandando sair, a população começou a me xingar e fui colocado para fora." 

 

Por Jornal da República em 16/03/2023
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