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Da Revista Fórum - Os pastores que compunham o chamado "gabinete paralelo" do Ministério da Educação (MEC) teriam pedido propina até mesmo na compra de Bíblias pelas prefeituras que buscavam recursos para escolas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (23) a abertura de um inquérito contra o ministro Milton Ribeiro em razão do escândalo envolvendo os pastores Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), e Arilton Moura, assessor da CGADB.
Em entrevista ao Jornal O Globo, os prefeitos Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO), e José Manoel de Souza, de Boa Esperança do Sul (SP), revelaram que o pastor Arilton Moura chegou a pedir R$ 15 mil e R$ 40 mil de propina para a liberação de recursos que os municípios precisavam.
Kelton Pinheiro revelou ao jornal que participou de um encontro oficial com Milton Ribeiro no MEC no dia 11 de março de 2021 e que, após o ministro deixar o local, ele e outros prefeitos tiveram que conversar com Arilton e Gilmar. Foi nesse momento que houve o pedido de propina. "[Moura] Disse que eu teria que dar R$ 15 mil para ele naquele dia para ele poder fazer a indicação. [O pastor disse] 'Transfere para minha conta, é hoje (...) No Brasil as coisas funcionam assim'", revelou.
Em seguida, o pastor fez a proposta de propina na compra de Bíblias. "[Sugeriu] que eu desse uma oferta para a Igreja, comprasse as bíblias para ajudar na construção da Igreja (...) Seria uma venda casada. Eu teria que comprar essas bíblias, porque ele estava em campanha para arrecadar dinheiro para a construção da igreja", disse o prefeito.
O prefeito de Boa Esperança do Sul, José Manoel, fez uma revelação parecida, mas para ele a propina cobrada era mais alta: R$ 40 mil.
O Ministério da Educação nega que os recursos fosse manejados pelos pastores.
Na terça-feira (22), Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luis Domingues (MA), revelou que o pastor Arilton Moura o pediu propina de 1 quilo de ouro para liberar recursos MEC destinados à construção escolas e creches em sua cidade.
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