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Se perguntar para o presidente da República Jair Messias Bolsonaro o que achou do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Mesmo que ainda incompleto pela CPI, possivelmente não seria nada favorável ao ex-ministro. É provável conforme ficou determinado pela mesa da CPI que o depoimento de Pazuello prossiga hoje (20/05), quando então nós da imprensa teremos uma melhor avaliação.
Ocorre que o depoimento do general Eduardo Pazuello à CPI da Covid no Senado foi suspenso na quarta-feira (19/5) motivado a um episódio da “síndrome vasovagal” que teria acometido o ex-ministro da Saúde. Segundo um texto que circulou nas redes sociais e que corrobora com o “mal estar”, o episódio foi confirmado pelo médico e senador Otto Alencar (PSD-BA).
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Apesar do nome complicado, “síndrome vasovagal” não se trata de um problema de saúde complexo — e tampouco chega a configurar uma doença, na avaliação do cardiologista Roberto Kalil, presidente do Conselho Diretor do InCor (Instituto do Coração - HCFMUSP) e diretor geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
O depoimento e adiamento
"O depoimento do ministro Pazuello foi verdadeiramente sofrível. Ele fez um exercício para não responder as perguntas que foram colocadas. Quando as respondia, respondia com imprecisão. Infelizmente, ele mentiu muito", afirmou Renan Calheiros, relator da CPI, em entrevista coletiva após o depoimento. Já o senador Omar Aziz, presidente da CPI, afirmou que o depoimento foi remarcado porque havia ainda 24 senadores para questionar Pazuello e a comissão precisava de mais tempo.
No depoimento, Pazuello disse que o presidente Jair Bolsonaro "nunca deu ordens diretas para nada" enquanto ele foi ministro. "Em momento algum o presidente me desautorizou ou me orientou a fazer nada diferente do que eu estava fazendo", disse. "As orientações foram fazer a coisa acontecer o mais rápido possível."
Contradições
Uma das questões apontadas como "mentira" de Pazuello em seu depoimento foi a demora do governo Bolsonaro a responder três propostas da Pfizer para a compra de 70 milhões de doses de vacina. Pazuello negou que o governo tenha deixado de responder três propostas da companhia e culpou as cláusulas do contrato e o preço oferecido pela Pfizer pela recusa do governo às propostas.
Porém, na CPI, o ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, afirmou que as propostas iniciais feitas pela empresa em agosto não foram respondidas pelo governo por dois meses. A demora foi confirmada pelo ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Weingarten, em depoimento na semana passada. As negociações só teriam se iniciado dois meses depois da proposta, quando Weingarten soube que o governo não havia respondido à oferta da empresa.
Da Redação/TRIBUNAPress/BBC News/Agência Brasil/Imagens: Forbes e Internet
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