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Essa semana o tema vacinas deve continuar no centro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid instalada no Senado. O foco será inquisição, do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre negociações internacionais para aquisição de imunizantes.
Até agora a CPI não conseguiu avançar e pelo que observamos os depoimentos foram embalados pelo calor político, e acabou contrariando o que a população não deseja. Está faltando pontuar e subtrair informações que possam garantir com firmeza se existiu e existe omissão do governo federal na administração da crise sanitária, tendo como objeto a aquisição de vacinas.
Estão previstos os depoimentos do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, do ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, e de executivos da farmacêutica americana Pfizer.
Sabatina de Wajngarten será vital
Com a sabatina dessas testemunhas, os senadores querem apurar a responsabilidade do governo federal na demora da imunização da população, já que a gestão da saúde no governo Bolsonaro inicialmente recusou em 2020 ofertas de vacinas da Pfizer, do Instituto Butantan e do consórcio Covax Facility.
O depoimento de Fábio Wajngarten, que ocorre na quarta-feira (12/05), se for bem conduzido poderá ser de enorme valia para descobrir a razão do país não ter adquirido as vacinas. Em entrevista recente à revista Veja, ele fez severas críticas ao ex-ministro Pazuello. Wajngarten acentuou que a recusa do governo à oferta de 70 milhões de vacinas pela Pfizer em agosto do ano passado foi resultado da "incompetência e ineficiência" da gestão do general, que comandou o ministério entre maio de 2020 e março de 2021.
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O ex-secretário de Comunicação disse que tomou a dianteira das negociações com a farmacêutica americana diante do desinteresse da pasta da Saúde pela oferta da empresa. Ele afirmou à revista inclusive ter documentos que provam isso, como e-mails e registros telefônicos.
Na entrevista, Wajngarten eximiu o presidente de responsabilidade, atribuindo toda a culpa à equipe do ex-ministro interino da Saúde Eduardo Pazuello. Para críticos de Bolsonaro, a tentativa de separar a responsabilidade do presidente da do general é difícil porque o próprio Pazuello disse em vídeo ao lado dele estar cumprindo fielmente suas ordens. No entanto até o fechamento da matéria Pazuello não se manifestou publicamente sobre as acusações.
Governadores e Prefeitos/Compra descentralizada
A comissão temporária da Covid ouvirá nesta segunda-feira (10), três governadores e um prefeito para falar da administração da pandemia a nível estadual e municipal tratando de assuntos como a compra de vacinas de forma descentralizada.
Segundo o cronograma do Senado, devem participar da reunião os governadores do Piauí, Wellington Dias (PT); do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). Além dos governadores, o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), que é presidente do Conselho Nacional de Vacinas das cidades brasileiras, grupo com participação de 2,6 mil municípios, também deve ser ouvido.
Além da compra de vacinas, os convidados devem abordar as dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelos entes federados, o estágio da pandemia nos estados e o progresso do cronograma de vacinação. Nada foi revelado sobre a pauta do uso da verba pública.
Da Redação/BBC News/Jovem Pan/Imagens: EBC e Internet.