Crescimento sólido do varejo brasileiro impulsiona economia, mas desafios permanecem em meio a tendências globais e ajustes locais

Crescimento sólido do varejo brasileiro impulsiona economia, mas desafios permanecem em meio a tendências globais e ajustes locais

  O varejo brasileiro tem desfrutado de uma trajetória ascendente no início deste ano, refletindo o aquecimento da atividade econômica do país. Dados recentes revelam que o setor não apenas manteve sua curva ascendente, mas também alcançou um novo patamar, registrando um aumento de 1,0% em fevereiro, o maior patamar desde o início da série histórica em janeiro de 2000.

Essa tendência de crescimento é impulsionada por diversos fatores, incluindo a robustez do mercado de trabalho, a valorização do salário mínimo e um ambiente de inflação controlada. A melhoria contínua no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação atingindo o menor nível em uma década, tem contribuído significativamente, proporcionando às famílias uma maior capacidade de consumo.

Além disso, iniciativas governamentais, como o Programa Desenrola Brasil, que renegociou mais de 35 bilhões de reais em dívidas da população, têm ajudado a diminuir o endividamento e estimular a economia. A política monetária também desempenha um papel fundamental, com a redução da taxa Selic, atualmente em 10,75%, estimulando o crédito e tornando o consumo de bens mais acessível.

No entanto, surgem preocupações quanto à sustentabilidade desse crescimento a longo prazo. Especialistas alertam para o potencial inflacionário de um consumo elevado sem o correspondente aumento da capacidade produtiva. A última ata do Banco Central demonstrou preocupação com a inflação gerada pelo crescimento econômico, indicando uma possível diminuição no ritmo de cortes na taxa Selic.

Recentes eventos geopolíticos, como os ataques do Irã contra Israel, também impactaram os mercados internacionais, levando os preços do petróleo a subirem acima dos 90 dólares por barril. No âmbito nacional, o dólar atingiu o seu maior patamar desde outubro do ano passado, enquanto o Ibovespa registrou mais uma sessão de baixa, fechando em queda de 1%.

Diante desse cenário, novos dados de emprego e inflação nos Estados Unidos podem adiar o início dos cortes de juros no país, afetando as decisões do Banco Central brasileiro. O presidente Lula, que já criticou o presidente do Banco Central em diversas ocasiões, enfrentará o desafio de escolher seu sucessor em um contexto de incertezas econômicas e políticas.

Enquanto o varejo brasileiro continua a prosperar no curto prazo, a atenção se volta para a necessidade de políticas econômicas e monetárias prudentes para garantir um crescimento sustentável no futuro.

 

Fonte: Veja

Por Jornal da República em 15/04/2024
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