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O presidente da Argentina, Javier Milei, tornou-se o centro de uma nova polêmica após promover, em suas redes sociais, a criptomoeda Libra ($LIBRA). A publicação, realizada na última sexta-feira (9), impulsionou temporariamente o valor do ativo digital, que chegou a atingir US$ 4,97 antes de sofrer uma brusca desvalorização para US$ 0,99, levantando suspeitas sobre uma possível fraude financeira.
A moeda digital, classificada como uma "shitcoin" por especialistas, chamou a atenção da oposição argentina, que reagiu duramente às ações do presidente. A coalizão peronista União pela Pátria anunciou que pretende apresentar um pedido de impeachment contra Milei, alegando que seu envolvimento na divulgação da criptomoeda configura uma grave irresponsabilidade e pode estar associado a um golpe financeiro.
Revelou-se ainda que, em outubro de 2024, Milei teve um encontro com Julian Peh, CEO da KIP Protocol, empresa criadora do token Libra. A reunião ocorreu no Hotel Libertador, um local privado historicamente ligado ao presidente, onde ele residiu até janeiro de 2024 e que serviu de base para sua campanha eleitoral em 2023. Outros participantes do encontro incluíram o porta-voz do governo, Manuel Adorni, e Mauricio Novelli, cofundador do Tech Forum.
A controvérsia cresceu ainda mais após parlamentares da oposição anunciarem medidas para investigar possíveis irregularidades na promoção da criptomoeda. O deputado Esteban Paulón, de Santa Fe, declarou que pretende solicitar esclarecimentos ao chefe de gabinete, Guillermo Francos, para entender melhor as circunstâncias do caso e suas implicações legais.
Internacionalmente, a situação foi comparada à recente iniciativa do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que lançou sua própria criptomoeda. No entanto, analistas destacam que, ao contrário do caso de Milei, o ativo promovido por Trump teve uma valorização mais sustentada, sem a mesma queda abrupta que gerou prejuízos entre investidores argentinos.
Em sua defesa, Milei afirmou pelo X (antigo Twitter) que não possuía qualquer vínculo com o ativo e que apagou sua postagem após se informar melhor sobre a criptomoeda. Em tom agressivo, o presidente atacou seus opositores, classificando-os como "ratazanas imundas da casta política" e afirmando que seguirá firme contra seus críticos.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também defendeu Milei, alegando que ele exerceu seu direito à liberdade de expressão ao apoiar o empreendimento e que a reação da oposição seria uma tentativa de golpe político. Bullrich reforçou que o presidente continua comprometido com o incentivo a iniciativas privadas, mas decidiu retirar a publicação para evitar maiores conflitos.
O escândalo segue repercutindo na Argentina e no exterior, levantando questões sobre a responsabilidade de líderes políticos ao promover ativos financeiros sem a devida regulação. O desdobramento do caso poderá influenciar o futuro do governo Milei e sua relação com os mercados financeiros e instituições políticas do país.
Fonte: Brasil247
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