Cultura  e a Reciclagem no Rio de Janeiro. Há o que comemorar?

Por Silvia Blumberg

Cultura  e a Reciclagem no Rio de Janeiro. Há o que comemorar?

No dia 17 de maio, comemoramos o Dia Mundial da Reciclagem, uma data essencial para conscientizar a população sobre a importância de reduzir, reutilizar e reciclar.

Esta semana participei  do evento  no plenário da Assembleia Legislativa  do Rio de Janeiro com o tema: “Entraves que Prejudicam a Reciclagem no Rio de Janeiro”
Desejo compartilhar com vocês a sensação que tive assistindo várias painéis nesta ocasião  com a presença de lideranças  fluminense do tema.

Há um  setor da Economia Fluminense que descarta milhões de reais por dia no lixo!
E ainda compromete o solo e desperdiça terrenos que fazem falta para área de moradias.

Os grandes protagonistas do setor de reciclagem são catadores e catadoras que circulam pelas ruas das cidades vasculhando lixeiras insalubres e quase sempre com roupas e equipamentos inadequados.

Catadores e catadoras :
Uma categoria de profissionais essencial para agitar o ecossistema da reciclagem que é praticamente invisível e desprezado  pela sociedade.

Um dos grandes problemas do “ capitalismo desecologico “ é incentivar consumo desenfreado pautado em objetos caracterizados pela obsolescência ( nascidos para durarem pouco  e serem substituídos por outros fazendo girar a economia do consumo insustentável).
A obsolescência somada com descartes inadequados é certeza de poluição, prejuízos e abertura de caminhos para tragédias climáticas.

Há inúmeros estudos que demonstram o esgotamento de matérias primas naturais e a urgência da implantação de políticas públicas que intervenham na minimização do problema, tais como o combate do analfabetismo ecológico  orientações sobre consumo, descartes adequados e políticas públicas adequadas com fiscalização eficiente.

A vida de cada um de nós já pode ter em paralelo o cálculo de nossa pegada  ecológica.
Precisamos compreender que já atingimos o máximo de consumo de materiais naturais e que precisamos pensar nas questões climáticas e nas próximas gerações!
Quantos planetas terra são necessários para manter nosso estilo de vida?
Recomendo a leitura:
https://www.wwf.org.br/nosso_trabalho/pegada_ecologica/

Como podemos apoiar a classe de catadores / as que em sua maioria são pessoas pretas, de baixa renda, sem vínculo empregatício, sem previdência social e sem nenhum tipo de prestígio na sociedade?

Como empresas gigantes multinacionais que geram milhares de empregos , toneladas de resíduos não estão obrigadas a reunir esforços com  políticas públicas para apoiar estes trabalhadores e consequentemente cuidar de seus impactos ambientais?

Quem pode explicar as tabelas de preços de compra dos resíduos pelas indústrias para serem reciclados .
Na maioria dos casos  os preços dos resíduos  são incompatíveis com os custos de coletas inviabilizando a reciclagem de vários resíduos como por exemplo o papelão? 
Neste momento a tonelada do papelão  no Rio de Janeiro está valendo R$60,00.
Como regular este mercado?

Até quando vamos permitir que a sociedade civil não participe de ações que possam facilitar a coleta de seus resíduos, as quais impactam não apenas a economia como também a saúde, bem estar, turismo, inclusão, renda e tantas outras?

E as praias? Será que podemos explorar estas áreas apenas com trabalhos precarizados de ambulantes?
Quem cuida das embalagens descartadas?
E as empresas constituídas em nossas orlas? Quais suas responsabilidades sociais e ambientais?  
E os eventos nas areias? Quais suas obrigações? 


A falta de Educação Ambiental é um dos maiores entraves de nossos problemas!
A coleta de nossos resíduos não atinge morros! 
Toneladas de plásticos e outros resíduos sólidos  avançam para o mar todos os dias! 

Qual destino do material das lixeiras públicas? 
E as toneladas de resíduos de coco? Onde estão sendo estocadas?
Qual prejuízo ecológico e financeiro deste problema?
Quem deve financiar os projetos que solucionam esta questão? 

Precisamos compreender todos os impactos ambientais que são causados  por falta de nosso conhecimentos de direitos e deveres e ainda por ignorarmos  as consequências da negligência com os resíduos com descartes por nós.

Empresas faturam  usando áreas públicas, com recursos materiais de todos nós sem contrapartidas ambientais! 

Apenas no evento da Madonna na Praia de Copacabana : 287 toneladas de resíduos! Imaginem quanto de dinheiro jogamos no lixo?  

Não há mais tempo a perder!
As tragédias climáticas não escolhem vítimas desta ou daquela classe social!
A responsabilidade de cuidar de nosso lixo ( resíduos) é de todos e todas nós!
A sustentabilidade deve ser pauta em todos os partidos , em todos  equipamentos públicos e privados, indústrias, serviços , escolas, universidades e em todo local que há vida humana. 
Estratégico ter orçamentos públicos e privados para resolver tantos desafios! 

Somos todos e todas responsáveis pelo presente e futuro de nosso planeta!

Meus cumprimentos a toda classe trabalhadora de reciclagem!
Que sejam reconhecidos e festejados por toda população!

Meu convite a todos os meus leitores  e todas  leitoras: informem se sobre os serviços que minimizem seus impactos ambientais!
Crie suas redes de coleta e descartes! 

Recomendo as seguintes empresas pra quem é do Rio de Janeiro :

Ciclo Orgânico Compostagem | Juntos por um planeta sem lixo!
@cicloorganico 

Minha Coleta
@minha_coleta 

@agenteverde 
www.agenteverde.com.br 

Recicle e ganhe pontos! | Reciclotron
@reciclotron 

E  o @ifes_rj?
Sistema Fecomércio RJ lança Instituto de Sustentabilidade - Portal Sesc RJ

@arerj.reciclagem 

@instituto.rever 
SP com atividades no Rio de Janeiro.

Importante destacar a figura de Edson Freitas , o qual  é consultor ambiental e tem como um de seus objetivos implantar ecopontos pela cidade. Uma inspiração!
@edsonrecicla 

Silvia Blumberg 
@silviablumbergcultrj

Por Jornal da República em 19/05/2024
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