Cultura: Fatos, Narrativas, Inteligência Artificial e Nossas Escolhas

Por Silvia Blumberg

Cultura: Fatos, Narrativas, Inteligência Artificial e Nossas Escolhas

Nestes tempos de conflitos partidários percebemos que há uma guerra de narrativas

Há um verdadeiro tiroteio de debates que estabelece que o candidato tal é o “pai dos pobres” e seu adversário o “pai ou mãe dos ricos”, polarização e total falta de diálogo.

Será que o bom líder merece nosso apoio por distribuir a riqueza dos que produzem ou o ideal é o líder que iguala as oportunidades para que cada um se esforce e se supere conquistando espaços, negócios e concentração de riquezas?

Certamente no plano da vida real temos muita dificuldade de entender os diferentes posicionamentos, e perdemos a visão lógica do que podemos e devemos reivindicar como cidadania e justiça social!

A política se perde com alianças que nem sempre são ideais para a população.
Enquanto o povo cria verdadeiras torcidas de políticas partidárias as obrigações dos governos seguem no caminho da negligência e ocultam os verdadeiros problemas.

Em que momento vamos compreender que beneficiamos este ou aquele candidato” bonito na foto “e a vida segue com tantas dificuldades de superação e sobrevivência? 

Estamos reféns de ideologias e de interesses pessoais que estão comprometendo a paz mundial, e estamos perdendo o senso crítico para definir quem verdadeiramente nos representa.

As mídias em muitos casos estão comprometidas com seus financiadores e está difícil distinguir as narrativas de fatos.

O cidadão precisa compreender o poder de suas análises e decisões a partir de seus valores e de sua observação do que é real ou não.

Com a Inteligência Artificial popularizada e aplicada na vida cotidiana e na política tudo se torna ainda mais complexo.

Já se discute a “intimidade artificial“ e os efeitos das tecnologias no nosso modo de viver e de construir nossa rede de contatos e relacionamentos.

O mundo está se tornando um local perigoso para os humanos que pensam e agem de acordo com a ética, com o ideal da paz e da sustentabilidade.

Nossa atenção tem sofrido o processo de fragmentação para viabilizar a interação entre realidade e redes sociais, além de conseguir conciliar tantas atividades com a atenção a família, amigos e trabalho.

A realidade nos mostra que existem muitas contradições entre o que as pessoas dizem e suas atitudes. 

A seletividade para elogiar ou criticar é um fenômeno recorrente no cidadão comum e em especial nas lideranças políticas.

Todo cuidado é pouco com a aceleração mental que nos exige respostas rápidas e atitudes que nem sempre são as melhores escolhas.

Precisamos usar nossa inteligência e sensibilidade se desejarmos encontrar o caminho de coexistir.

Por Jornal da República em 04/03/2024
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