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No Brasil cada vez mais fica evidente o aumento da violência dos mais diversos tipos. A violência física tornou-se, infelizmente, rotineira nas grandes metrópoles, mas o que vemos ganhar espaço atualmente é a violência verbal e o cyber bullyng.
Se analisarmos fatos recentes podemos ver de forma clara essa evolução, principalmente no que diz respeito as mídias sociais.
Este fenômeno tão incrível da comunicação, acaba por ser o desaguador do ódio de uma parte considerável da população. Outro local que muitos descarregam seu ódio e intolerância é no estádio de futebol, não que seja uma novidade, mas será que as autoridades vão frear antes da tragédia?
Casos de racismo, homofobia e xenofobia têm se alastrado pelo país, além de ameaças e injúrias. Muitas vezes me parece que os terroristas da bola gostam de tratar o Código Penal como cartela de bingo, que aliás no Brasil também está na lei, não como crime, mas como contravenção.
Quando falamos de violência no mundo da bola, o nosso país tem a eficiência de distribuição e igualdade, tal qual um país escandinavo. Seriamos "Dinamarca da violência"? Bom, já que o assunto não é novo e temos notória eficiência em fazê-lo, o que me motivou a escrever esse artigo? Dois casos recentes me chamaram a atenção.
Imaginem a seguinte situação, um clube que desde 2018 sempre fica na primeira ou segunda colocação do Brasileirão, conquistou dois brasileiros, uma libertadores, três cariocas, fora as Supercopas. Esse clube deveria ser fonte de indignação da torcida?
Um ser sentato diria que não, mas Pasmem, Inovamos! A torcida do Flamengo vem nos últimos jogos hostilizando seus dirigentes, os alvos principais são o presidente Rodolfo Landim e quem diria, o vice de futebol Marcos Braz. O mesmo até recentemente era inquestionável e idolatrado agora é injustamente criticado e ameaçado. Apesar de ser o dirigente mais vitorioso da história do rubro-negro carioca, tem evitado as redes sociais, por conta destes constantes ataques. O clube da Gávea, sob o comando de Paulo Sousa, viu sua paz ruir, a escalada da violência é incompatível com a situação do clube. Os jogadores tiveram seus carros cercados e atacados, os dirigentes sofrem ameaças e ataques pelos seus torcedores que tentam a força impor o nome de Jorge Jesus ao clube. Os dirigentes corretamente não dão ouvidos ao terrorismo organizado.....ops quis dizer, torcida organizada.
Outra revolução, que foi desenvolvida nesta terra descoberta por Cabral, é a violência contra quem nem joga no clube. O Botafogo, que está investindo pesado desde que a SAF foi comprada por Jhon Textor, busca um camisa 9 e o nome mais próximo é do Israelense Eran Zahavi, que atualmente balança as redes em terras holandesas jogando pelo PSV. Um artilheiro desse nível seria comemorado, ovacionado pela torcida, no entanto não foi bem o que aconteceu.
O Israelense sofreu uma série de ataques pelas redes sociais, não por ser um péssimo jogador, mas por sua origem. Alguns xenófobos e antissemitas com o intuito de "defender" a Palestina começaram a ameaçar Zahavi, ao ponto de uma associação judaica, por meio do ex-dirigente alvinegro - Ricardo Rotenberg - ter que emitir uma nota garantindo a segurança do jogador. Zahavi não é político, militar e nem um líder muçulmano, é vítima da guerra, mesmo que de forma indireta. Imaginem o terror de viver em constante conflito, como deve ter sido crescer nesse ambiente?
A maioria da torcida felizmente não concorda com esses criminosos. Mas penso que Zahavi jamais pensou que seria atacado no Brasil por tal motivo. Esta terra que já recebeu tão bem povos de todo o mundo, principalmente os refugiados.
O questionamento que fica é: até quando as autoridades vão tolerar isso? As punições no futebol são sempre ineficazes como as multas e suspensões de mando de campo. Quando vamos começar a cumprir a lei? Precisamos dar a quem ameaça uma pena séria. Quando vamos prender os racistas e homofóbicos? E os homicidas? Que em nome de sua "paixão" destruíram vidas e muitas vezes saíram impunes.
A violência verbal e psicológica é a porta de entrada para a violência física e a morte. O Brasil tem um baixo IDH, escolaridade de 3° mundo e autoridades que agem com letárgia, estamos gestando uma tragédia, mas talvez quando ocorrer, alguém faça alguma coisa. Espero que não seja muito tarde. Triste Brasil.
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