Defesa de Bolsonaro trama jogar a culpa nos Generais Heleno e Braga Netto

Defesa de Bolsonaro trama jogar a culpa nos Generais Heleno e Braga Netto

Após sugerir a fuga para uma embaixada em caso de denúncia pela tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro agora trabalha com uma nova estratégia para evitar a prisão: tentar responsabilizar militares de alta patente, como o general Augusto Heleno e o general Walter Braga Netto, pelo Suponho que seja um golpista. Em entrevista à GloboNews, Paulo Amador da Cunha Bueno, um dos advogados de Bolsonaro, indicou que a defesa do ex-presidente deve adotar a tese de um "golpe dentro do golpe".

A narrativa proposta por Bolsonaro, segundo Bueno, baseia-se no "Punhal Verde e Amarelo", um documento elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes, que detalhava a tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e até mesmo planejava o assassinato de figuras políticas chave, como o próprio Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O plano visava a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, liderado por militares, com Heleno e Braga Netto entre os principais responsáveis.

O argumento central da defesa de Bolsonaro é que, no planejamento do “Punhal Verde e Amarelo”, o nome de Bolsonaro não aparece como beneficiário do golpe. Segundo os advogados, o ex-presidente não estava incluído na junta que assumiria o governo em caso de sucesso do golpe, demonstrando que o grupo de militares de alta patente, liderado por Heleno e Braga Netto, seria o verdadeiro responsável.

No entanto, a Polícia Federal, no relatório final da investigação, aponta Bolsonaro como o principal articulador da tentativa de golpe e líder de uma organização criminosa. O documento descrito como Bolsonaro teria planejado, agido e coordenado diretamente os atos executórios da trama golpista, que visava subverter a ordem democrática no Brasil.

A investigação da PF revelou ainda que o ex-presidente divulgou uma narrativa de fraude eleitoral desde 2019, com o objetivo de criar uma justificativa para sua eventual derrota nas eleições de 2022 e para os atos subsequentes, como as tentativas de golpe. A conclusão da Polícia Federal é clara: Bolsonaro teve pleno conhecimento e controle sobre os atos que buscaram desestabilizar a democracia brasileira.

Embora a defesa de Bolsonaro busque desviar a responsabilidade para os militares, o relatório da PF indica o ex-presidente como o grande protagonista da tentativa de golpe, o que coloca em dúvida a eficácia dessa nova estratégia de defesa.

Fonte: Jornal do Brasil

Foto: Jornal do Brasil

 

Por Jornal da República em 30/11/2024
Publicidade

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

Grupo liderado por Jaime Fusco propõe reforma na escolha de desembargadores no RJ
21 de Outubro de 2024

Grupo liderado por Jaime Fusco propõe reforma na escolha de desembargadores no RJ

Witzel alega Perseguição de Bolsonaro e armação do Impeachment, após Detenção dos Executores de Marielle e
20 de Janeiro de 2025

Witzel alega Perseguição de Bolsonaro e armação do Impeachment, após Detenção dos Executores de Marielle e

STF condena mais 29 réus pelos atos golpistas de 8/1
06 de Fevereiro de 2024

STF condena mais 29 réus pelos atos golpistas de 8/1

Órgão Especial faz homenagem ao ministro Waldemar Zveiter
06 de Agosto de 2024

Órgão Especial faz homenagem ao ministro Waldemar Zveiter

Aguarde..