Dengue no Estado RJ: Número de casos já é seis vezes maior do que o esperado

Com mais de 41 mil notificações, número de casos chega a 80% do que foi registrado em todo o ano passado

Dengue no Estado RJ: Número de casos já é seis vezes maior do que o esperado

O boletim semanal Panorama da Dengue, divulgado na sexta-feira (16) pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), mostra que o estado está com um número de casos prováveis de dengue seis vezes acima do limite máximo esperado para esta época do ano, de acordo com a série histórica dos últimos dez anos. 

Os dados sinalizam que o estado do Rio, assim como outras regiões do país, deve enfrentar uma das piores epidemias de dengue dos últimos anos. 

A análise mostra ainda que a tendência de aumento na transmissão de casos se mantém pela nona semana consecutiva. Até 15 de fevereiro, foram registrados 41.252 casos de dengue em todo o estado, número equivalente a 80% dos casos notificados em todo o ano de 2023, quando o Rio de Janeiro teve 51.479 casos da doença.

Entenda o boletim epidemiológico 

Elaborado pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ, o boletim tem como diferencial o uso de um modelo de cálculo epidemiológico conhecido como nowcasting, que leva em conta o atraso de inserção de dados no sistema de vigilância. 

O período analisado pelo boletim corresponde à Semana Epidemiológica 6 (SE 6), que vai de 04/02/2024 a 10/02/2024, incluindo o período de Carnaval. Foram registrados neste período 6.593 casos. 

Com base no modelo de análise, a secretaria estima que mais de 25 mil novos casos devem ser registrados para o período. Ou seja, cerca de 19 mil registros ainda devem entrar no sistema.

O Panorama da Dengue apresenta também o indicador Excesso de Casos (EC), que mostra quantas vezes o número de casos registrados excede o limite máximo considerado dentro do esperado para o momento atual. Por essa métrica, as Regiões Metropolitana I – que inclui a capital e Baixada Fluminense –  e Serrana são as que apresentam o maior excesso de casos (20 vezes e 5,6 vezes, respectivamente). 

Em seguida vêm as regiões Centro-Sul (EC = 4,7 vezes) e Baía de Ilha Grande (EC aproximado de 3 vezes), onde estão Angra, Paraty e Mangaratiba.  

“A Secretaria de Estado de Saúde vem monitorando o crescimento da transmissão em todo o estado e oferecendo apoio aos 92 municípios do estado, com treinamento de profissionais de saúde com os protocolos de diagnóstico e tratamento dos pacientes e envio de insumos, equipamentos e medicamentos para montagem de salas de hidratação nos municípios, entre outras ações, afirma Claudia Mello, secretária de estado de Saúde.

“Mas é importante também que a população esteja junto conosco neste momento, com uma série de medidas para controlar e eliminar focos de dengue dentro de casa, onde ficam 80% dos criadouros do Aedes aegypti”. 

Atualização de dados no painel da SES-RJ

Os dados referentes à dengue no estado do Rio de Janeiro se encontram disponíveis no Painel Monitora da SES-RJ.

Clique aqui e confira

Até quinta, 15 de fevereiro, foram registrados 41.252 casos de dengue em todo o estado do Rio de Janeiro. Houve 4 óbitos confirmados: 2 no município do Rio de Janeiro, 1 em Mangaratiba e 1 em Itatiaia. Em 2023, o estado registrou 51.526 casos prováveis e 32 óbitos confirmados por dengue.

Ações no plano de combate à dengue

Em 26 de janeiro, o governador Cláudio Castro e a secretária de Saúde Claudia Mello lançaram o programa Gov.RJ contra a Dengue Todo Dia!, que envolve o uso de tecnologia, qualificação e apoio aos 92 municípios do estado. O investimento é de R$ 3,7 milhões.

O Governo do Rio comprou equipamentos e insumos que estão sendo distribuídos aos municípios com maior incidência de casos, para a montagem de até 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até 8 mil pacientes por dia. Três municípios já tiveram salas de hidratação montadas e outros cinco estão recebendo equipamentos para instalação de salas.

A Secretaria de Estado de Saúde está treinando 2.000 médicos de emergências e profissionais de saúde dos 92 municípios para garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto, como também a capacitação no atendimento às gestantes infectadas. Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos, inicialmente, para tratamento da dengue, como foi feito na Covid-19.

Por Jornal da República em 19/02/2024

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