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Pela quarta vez, o deputado federal Abílio Brunini (PL) bateu boca com outro colega de parlamento na Câmara Federal. Desta vez, durante uma reunião da Comissão da Saúde realizada nesta terça-feira (13), o bolsonarista ironizou a presença do Zé Gotinha (boneco símbolo da vacinação no SUS) na Parada LGBT em São Paulo, e disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) "não será reconhecido".
O deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) rebateu a declaração do parlamentar matogrossense e os dois discutiram. No último domingo (11), representantes de inúmeras pastas do Governo Federal estavam presentes na Parada LGBT de São Paulo, entre eles o Zé Gotinha, ícone da vacinação.
Para Abílio, sua presença no evento não valorizava o SUS, uma vez que, segundo o parlamentar, o Governo Federal não estaria investindo na Saúde, citando o exemplo a não inclusão do piso dos agentes comunitários de endemias no orçamento da Pasta. “Se o governo quer ser reconhecido pelo SUS não é colocar bonequinho de vacina em Parada Gay que vai fazer esse reconhecimento. O reconhecimento do SUS é o SUS que funciona, de um posto de saúde que funciona, uma UPA que funciona, que a rede primária funcione, que é reconhecendo e investindo no pessoal da rede primária que conseguiremos isso”, declarou Abílio, que foi aplaudido por alguns participantes.
Em seguida, o deputado Dorinaldo Malafaia pediu fala e rebateu às declarações de Brunini. Malafaia argumentou que foi no Governo Lula que a importância da vacinação e do Zé Gotinha foi resgatada.
“Estava completamente abandonado, de maneira criminosa, durante 4 anos de Governo Bolsonaro. As campanhas vacinais desse país foram por água abaixo por conta de uma política negacionista”, disse o congressista, sendo interrompido por Brunini que o questionou se ele havia se vacinado. Dorinaldo, que foi superintendente de Vigilância em Saúde e coordenou a vacinação contra a Covid-19 no estado do Amapá, disse que sim.
E mesmo sendo interrompido por Abílio, ressaltou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou uma postura negacionista da vacina. “Todos sabem o quanto Bolsonaro desmobilizou as campanhas de vacinação, isso é público, qualquer entidade séria sabe. No meu estado, inclusive, mandou vacina errada. Vacinei pela política nacional de imunização e pelo Conass que lutou muito contra o negacionismo”, apontou Malafaia.
Ao pedir respeito pelo símbolo do Zé Gotinha, Marinaldo chamou Abílio de negacionista. “O senhor é negacionista sim. Todas as posições dentro desta Casa são neste sentido. Toda vez que tiver um posicionamento negacionista, anti-ciência, que interfira na dignidade dessas pessoas que têm todo o direito como contribuinte, eu estarei aqui enfrentando o senhor”, finalizou o deputado amapaense.
RETROSPECTIVA
Conhecido no cenário político mato-grossense por criar polêmicas o tempo todo, inclusive se valendo de fake news e acusações sem provas, o deputado federal protagonizou um momento de "vergonha alheia" em Brasília, no dia 3 de maio deste ano, sendo repreendido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, numa audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. O parlamentar bolsonarista tentou provocar o ministro, que participava da audiência, citando uma suposta operação da Polícia Federal no Maranhão, num período em que Flávio Dino era governador daquele estado, para supostamente, investigar um esquema de respiradores fantasmas.
No entanto, Abílio foi desmentido e “enquadrado” pelo integrante do staff do presidente Lula (PT). Brunini voltou a causar tumulto no dia 25 de maio, ao criar confusão durante a 1ª sessão da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos golpitas de 8 de Janeiro, formada por deputados e senadores. Os congressistas criticaram o traje informal do deputado, que não é integrante titular nem suplente do colegiado, e que por várias vezes interrompeu os discursos dos colegas. “Veio de pijama e quer tirar onda”, disse o deputado Carlos Veras (PT-PE).
Uma semana depois, no dia 31 de maio, o Abílio Brunini voltou a causar confusão durante audiência da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST), envolvendo as deputadas Sâmia Bomfim e Talíria Petrone (ambas do PSOL). Nas imagens, divulgadas no Instagram, é possível ver o deputado parado, em frente à Bomfim, tentando intimidá-las.
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