Deputado vai cobrar do Ibama e da ministra do Meio Ambiente datas para audiência pública sobre a mina de Santa Quitéria

Deputado vai cobrar do Ibama e da ministra do Meio Ambiente datas para audiência pública sobre a mina de Santa Quitéria

O presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares, deputado Julio Lopes (PP), vai encaminhar  ao  presidente do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Rodrigo Agostinho, requerimento de informações pedindo que ele explique o motivo pelo qual as audiências públicas sobre o projeto de exploração de urânio e fosfato nas minas de Santa Quitéria, no estado do Ceará, foram adiadas por mais três meses.

De acordo com o parlamentar, usar como justificativa para o adiantamento as férias escolares e de fim de ano, é uma afronta e enorme desprezo que contribui para o atraso do desenvolvimento do país.

- A mina de Santa Quitéria tem um enorme potencial e capacidade de produzir aproximadamente 2,4 mil toneladas de urânio por ano, gerando uma receita de R$ 550 milhões anualmente para a Indústria Nuclear Brasileira (INB). Isso sem falar da estimativa de fosfatados, que pode ser de  1 milhão de toneladas anuais. Vou solicitar ainda em plenário, que o presidente do Ibama e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, revejam o mais rápido possível essa decisão e definam as datas para a realização das audiências públicas - explicou.

Júlio lembra ainda que a mina de Santa Quitéria foi descoberta em 1976; e que em 2009 o governo brasileiro decidiu por uma Parceria Público-Privada (PPP) para explorar a mina com o Grupo Galvani. Além do urânio, Santa Quitéria possui também fosfato agregado, mineral usado na fabricação de fertilizantes, e que devido a composição da jazida impossibilita a retirada do urânio sem que ao mesmo tempo o fosfato seja retirado.

- O Brasil está entre os dez países com capacidade de enriquecer o urânio em 20%, além de possuir a quinta maior reserva do mundo desse mineral, não tendo nenhuma restrição para sua exploração. Somente com as reservas de urânio que já temos conhecimento e que foram testadas, poderíamos ter um programa de securitização com base na exportação de cerca de aproximadamente US$ 7 bilhões em 10 anos - destacou.

Por Jornal da República em 11/11/2024
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