Deputados Dr. Luzinho, Daniel Soranz e Quaquá criticam ministra por 1,3 mil leitos de hospitais federais que continuam fechados no Rio desde o Governo Bolsonaro

“A ministra não está dando conta”, diz Quaquá sobre os cerca de 1,3 mil leitos de hospitais federais que continuam fechados no Rio

 Deputados Dr. Luzinho, Daniel Soranz e Quaquá criticam ministra por 1,3 mil leitos de hospitais federais que continuam fechados no Rio desde o Governo Bolsonaro

Para reabri-los, de acordo com diagnóstico de especialistas do setor, é necessária a contratação de cerca de 10 mil funcionários. O Ministério da Saúde ainda não avançou nas contratações.

Um ano após ter assumido o Ministério da Saúde, a socióloga Nísia Trindade ainda não conseguiu alterar o quadro trágico dos hospitais federais do Rio de Janeiro. Uma das principais críticas à caótica gestão dos ministros da área no governo de Jair Bolsonaro, cerca de1,3 mil leitos permanecem fechados na cidade – privando a população de atendimentos e cirurgias essenciais e sobrecarregando as redes municipal e estadual de saúde.

Para reabri-los, de acordo com diagnóstico de especialistas do setor, é necessária a contratação de cerca de 10 mil funcionários. O deputado federal e atual secretário de Saúde da capital, Daniel Soranz, conseguiu aprovar, ano passado, projeto de lei autorizando a contratação de 5,7 mil servidores temporários para que parte fosse reaberta. Apesar da medida, o Ministério da Saúde não avançou nas contratações.

A situação crítica está preocupando também à classe política. Deputados do próprio PT começam a se manifestar em desacordo com a lentidão com que a ministra Nísia Trindade trata o assunto. Vice-presidente nacional do PT, o deputado Washington Quaquá, afirmou que, após o recesso, vai procurar Daniel Soranz e o ex-secretário de Saúde do estado e atual líder do PP na Câmara dos Deputados, Dr. Luzinho, para juntos buscarem uma solução:

– Com todo respeito, a ministra não está dando conta. Está ficando muito mal para o presidente Lula. A reabertura dos leitos dos hospitais federais era compromisso nosso de campanha. Não podemos negligenciar neste terreno. A população, especialmente os pobres, está sendo privada de atendimento, alguns morrem, enquanto, por burocracia e por falta de determinação política, os leitos continuam fechados. Inaceitável – protestou Quaquá.

Não são apenas os leitos que permanecem lacrados. A situação física dos 10 hospitais federais também é calamitosa. Fechada há sete anos, após um incêndio, a cozinha do Hospital do Andaraí permanece inoperante. Toda a alimentação dos pacientes e funcionários é transportada, o que aumenta o custo em cerca de R$ 3 milhões/mês. A obra, orçada em 8 milhões, não avança. Se realizada, estaria paga em três meses, com a suspensão dos custos adicionais da operação externa. O prédio do hospital está em frangalhos, absolutamente impróprio ao atendimento.

O panorama também é desolador no INCA. Continua paralisada a obra de construção do novo hospital, no local onde funcionou o antigo Iaserj. Após o governo do estado ter despendido cerca de R$ 120 milhões com a demolição do prédio antigo, o governo federal investiu R$ 70 milhões com as obras de fundação. Em 2012, no governo Dilma Roussef, foram realizados os últimos aportes de recursos. Com o golpe, a obra parou, não sendo retomada nem por Michel Temer tampouco por Jair Bolsonaro. Até agora, o Ministério da Saúde não emitiu sinais de que vai dar continuidade ao projeto.

No Hospital dos Servidores, as obras de reforma de uma das lâminas foram embargadas pelo TCU durante o governo anterior passado. Liberadas logo em seguida, não foram retomadas, O prédio apresenta infiltrações que lhe fazem insalubre e soturno. Paralisada, a obra já consumiu cerca de R$ 70 milhões de recursos da União.

O quadro também é trágico no Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dos 500 leitos, apenas 120 estão abertos para atendimento. No fim do governo Bolsonaro, foram fechados 60 leitos de CTI e assim permanecem até hoje.

Com posição estratégia na rede hospitalar da cidade, o Hospital de Bonsucesso continua com a emergência fechada, sobrecarregando os hospitais estaduais e municipais da região. A despeito da contundente solicitação de reabertura encaminhada pelas autoridades municipais de saúde, o Ministério da Saúde ainda não conseguiu reabri-la.

No Hospital da Lagoa, há também cerca de 100 leitos fechados. No Cardoso Fontes, de Jacarepaguá, outros 120, além de muitas infiltrações.Também no Hospital Antônio Pedro, administrado pela Universidade Federal Fluminense, em Niterói, há cerca de 120 leitos lacrados.

– Essa calamidade não pode perdurar. Vamos nos juntar ao prefeito Eduardo Paes, ao Soranz e ao Dr. Luzinho para encontrar uma saída. Estamos no limite de um colapso na rede e, infelizmente, a situação não foi alterada neste primeiro ano do governo – acrescentou Quaquá.

Com informações Agenda do Poder

Por Jornal da República em 11/01/2024
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