Derrotado, Arthur Lira retira PL das Fake News da pauta de votação da Câmara

'Ouvindo atentamente o pedido do relator e os líderes, o projeto não será votado na noite de hoje', disse o presidente da Câmara, que não definiu nova data de votação do PL 2630

Derrotado, Arthur Lira retira PL das Fake News da pauta de votação da Câmara

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação do projeto de lei das fake news (PL 2630/20). A decisão foi tomada após pedido do relator da proposta, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), e consulta dos lideres partidários.

"Ouvindo atentamente o pedido do relator - que para mim já é suficiente -, e os líderes, que na sua maioria encaminham por uma saída da manutenção do diálogo, o projeto não será votado na noite de hoje", disse. Lira não definiu a nova data de votação.

Foi um derrota de um presidente da Câmara eleito com a maior votação da história do Congresso Nacional.

Orlando Silva pediu mais tempo para ajustar o texto depois de reunir-se com líderes partidários. "Não tivemos tempo para examinar todas as sugestões", disse o relator que vai incorporar as sugestões feitas e apresentar novo parecer. "Vamos consolidar a incorporação de todas as sugestões feitas de modo que possamos ter uma posição que unifique o Plenário da Câmara dos Deputados num movimento de combater desinformação, garantir liberdade de expressão, responsabilidade para as plataformas e transparência na internet", afirmou.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) também defendeu o adiamento da votação em busca de consenso. "Temos um desafio social de unificar todos que sabem da necessidade de garantir transparência, liberdade de expressão para o usuário, mas combater os crimes e a desinformação que custam vidas", disse.

Controvérsia
Segundo o relator, um dos pontos controversos é a fiscalização da lei. "Especulamos hoje durante todo o dia sobre alguns caminhos alternativos para que a lei tenha um mecanismo de fiscalização que garanta seu cumprimento, aplicando inclusive sanções", explicou. A redação original previa a criação de uma entidade autônoma para fiscalização, enquanto a última versão deixou esse ponto para regulamentação futura.

O deputado Carlos Veras (PT-PE) destacou que o Parlamento não pode deixar de regulamentar o tema. "Este Congresso tem responsabilidade, e eu não tenho dúvida de que isso não vai faltar. Nós não vamos faltar com a sociedade e com o povo brasileiro. É urgente dar um basta na irresponsabilidade que têm tido as plataformas com a vida do brasileiro", disse.

A discussão da proposta dominou os pronunciamentos em Plenário e as negociações políticas desta terça-feira (2). Contrario ao texto, o PL apresentou requerimentos para obstruir a votação. Republicanos, Novo, PSDB e Cidadania também anunciaram voto contrário à proposta nesta terça-feira.

A proposta cria a chamada Lei Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet e estabelece obrigações a serem seguidas por redes sociais, aplicativos de mensagens e ferramentas de busca na sinalização e retirada de contas e conteúdos considerados criminosos.

 

Por Jornal da República em 02/05/2023

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

Gregorio Duvivier: ‘Se existe mamata no país, são os militares no poder’
17 de Abril de 2022

Gregorio Duvivier: ‘Se existe mamata no país, são os militares no poder’

Ao lado de Lula, comandante do Exército cobra força apartidária e defensora da democracia
19 de Abril de 2023

Ao lado de Lula, comandante do Exército cobra força apartidária e defensora da democracia

Direita se sente representada por Eduardo Paes que lidera pesquisa polarizando com Tarcisio Motta representante da esquerda
06 de Julho de 2024

Direita se sente representada por Eduardo Paes que lidera pesquisa polarizando com Tarcisio Motta representante da esquerda

Luis Miranda detona outra bomba no Ministério da Saúde
16 de Julho de 2021

Luis Miranda detona outra bomba no Ministério da Saúde

Aguarde..