Desmatamento no coração da Barra: Urubus fazem a festa enquanto moradores lamentam, ASSISTA

Destruição de mata em poucas horas na Barra da Tijuca gera revolta e questionamentos sobre sustentabilidade

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – Hoje é um dia triste para a Barra da Tijuca. Os urubus estão fazendo a festa, e eu nunca vi tantos voando por aqui. Em menos de 24 horas, uma mata quase virgem, uma das maiores florestas da Barra, foi destruída. Quando escuto algumas autoridades falando que o Rio é uma cidade sustentável, que vai sediar a COP 2024 e a reunião do G20, sinto vergonha. No coração do Rio de Janeiro, no centro da Barra da Tijuca, entre a Avenida Afonso Arinos e a Avenida Evandro Lins e Silva, 25.000 metros quadrados de mata foram destruídos em poucas horas.

"quem com ferro fere, com ferro será ferido" operação de guerra, na Barra não deixaram nem os troncos 

Se no centro da Barra, onde o trânsito é intenso e a população circula, desmatam em poucas horas, imaginem nos rincões do Rio de Janeiro, no Pantanal e na Amazônia. Precisamos parar com a demagogia. A Última Hora tentou, fizemos várias reportagens, denunciamos, enviamos e-mails para todas as autoridades – prefeitos, governadores, deputados – todos conheciam esse coração, esse pulmão da Barra da Tijuca. E hoje, em poucas horas, a força da empreiteira e do capital venceu.

"água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"

Estão fazendo desapropriações para construir estádios. Aqui daria para fazer pelo menos uns 10 estádios. Começou na praia e agora chegou à Avenida das Américas, onde não cabe mais natureza. O estado do Rio de Janeiro fala muito, mas a realidade é que cada dia mais o povo está sufocado com o trânsito. Não existe um estudo ou planejamento para construir nas regiões mais afastadas, onde há área disponível. Cada dia mais a Barra fica insuportável: o trânsito, a violência, a qualidade de vida. Quem adquiriu um apartamento aqui há poucos anos atrás pensava em viver com qualidade, mas a ganância dos incorporadores está destruindo isso.

"quem planta vento, colhe tempestade"

A situação na Barra da Tijuca é um exemplo claro de como o desenvolvimento urbano pode entrar em conflito com a preservação ambiental e a qualidade de vida dos moradores. A comunidade espera que as autoridades e a incorporadora tomem medidas para minimizar os impactos negativos e garantir um futuro sustentável para a região.

Desde janeiro, a construção de um novo empreendimento imobiliário pela Tegra Incorporadora em um terreno de mata nas avenidas Evandro Lins e Silva e Afonso Arinos de Melo Franco tem causado preocupação entre os moradores da região. A supressão de vegetação promovida pela obra e o impacto no sistema viário e no abastecimento de água são os principais pontos de tensão.

"onde há fumaça, há fogo"

Os moradores temem que o novo condomínio, com prédios de apartamentos de três e quatro suítes, sobrecarregue a estrutura de água e esgoto e agrave os congestionamentos já existentes. A engenheira Afonso Chaves, morador da Associação de Condomínios Residenciais Bosque Marapendi (ABM) há 30 anos, expressa sua preocupação:

"Hoje, já temos um problema muito sério. A Avenida Afonso de Melo Franco, por exemplo, fica com o trânsito bastante congestionado nos horários de pico. Moro na Avenida Canal de Marapendi e levo cerca de 30 minutos da minha casa até o BarraShopping, trajeto que antes eu fazia em até dez minutos. A cada dia surge um empreendimento novo."

Chaves sugere que a prefeitura e a incorporadora apresentem um estudo de impacto de vizinhança e as contrapartidas para mitigar os efeitos do novo condomínio, conforme determinam a Lei Federal 10.257 e a Lei Orgânica do Município.

A economista Elizabeth Merljak, moradora da Avenida Dulcídio Cardoso, também se manifesta contra o empreendimento:

"Os engarrafamentos estão cada vez piores. Na hora da entrada dos colégios, fica tudo parado. É buzinaço ao meio-dia, a uma hora da tarde. E olha que ainda não tem gente no novo condomínio. Sem contar a destruição de uma enorme área do terreno."

Os moradores justificam o temor de que o abastecimento de água esteja comprometido devido à interceptação de uma ligação antes do recurso chegar à ABM. Chaves acrescenta:

"Há alguns anos, falta muita água aqui na ABM. Os incorporadores da época não construíram uma adutora para nos atender. Este empreendimento que está sendo construído vai seccionar esta adutora antes de a água chegar aos condomínios da ABM. Será que a adutora está dimensionada para isso ou voltaremos a ter falta d'água? Não podemos ser prejudicados."

A Tegra Incorporadora garante que executará suas atividades em conformidade com a legislação, destacando que o empreendimento respeita todas as determinações dos órgãos competentes. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico informa que a obra tem licença urbanística e autorização de remoção de vegetação, assegurando que o processo prevê compensação ambiental e análise de impacto viário.

A situação na Barra da Tijuca é um exemplo claro de como o desenvolvimento urbano pode entrar em conflito com a preservação ambiental e a qualidade de vida dos moradores. A comunidade espera que as autoridades e a incorporadora tomem medidas para minimizar os impactos negativos e garantir um futuro sustentável para a região.

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Associação de Condomínios da Barra da Tijuca Alerta: Novo Empreendimento aumenta Trânsito e eleva temores de falta de água na Barra

Da Editoria Última Hora

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Por Jornal da República em 27/06/2024
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