Dia 25, a data do próximo vexame internacional

Amigo de Bolsonaro chama militares da reserva para ato de apoio na celebração do Dia do Soldado em frente do Quartel-General do Exército em Brasília

Dia 25, a data do próximo vexame internacional

DA REDAÇÃO -  O The Guardian, mais importante jornal inglês, classificou como atitude de país de República Bananeira, outros prestigiados jornais do mundo também ficaram estarrecidos e o criticado desfile de soldados e tanques que foram saudar o presidente da República, Jair Bolsonaro, uniu oposição de esquerda, direita e centro, além da sociedade que reagiu nas redes com 93% de comentários negativos sobre o desfile das latas-velhas fumacentas.

Mas como o forte do presidente e seus seguidores é produzir ‘memes na vida real’, o próximo espetáculo diversionista já tem data marcada. Será na celebração do Dia do Soldado, no dia 25, à frente do Quartel-General do Exército, em Brasília. Para esse evento, um amigo muito próximo de Bolsonaro convocou e cadastrou militares da reserva de todo Brasil que deverão comparecer para demonstrar apoio ao presidente da República.

O responsável por arregimentar esses simpatizantes é Waldir Ferraz, velho conhecido do presidente e sua família. Foi ele o organizador da motociata em homenagem a Bolsonaro no Rio. Também tratado pelo apelido de Jacaré, Waldir disparou há algumas semanas mensagens no WhatsApp e redes sociais fazendo a convocação. A informação é do colunista Chico Alves, do UOL.

Em uma das mensagens, sobre a imagem de uma criança envolta na bandeira brasileira, aparece o texto: "Agradeço a adesão de todos os reservistas das FFAA (Forças Armadas) que se dispuserem em comparecer (sic) em Brasília no dia 25/08 em apoio ao presidente da República". As inscrições se encerraram na segunda-feira, 9.

Waldir contou à coluna que é difícil precisar quantos militares aposentados realmente comparecerão. "Espero pelo menos uns 10 mil ou 15 mil, mas o resultado a gente só vê na hora", estima ele. "Vai ser uma espécie de caravana, com ônibus alugados".

Segundo o organizador do encontro, Bolsonaro não tem nada a ver com a iniciativa. A ideia e execução seriam de responsabilidade dos próprios apoiadores.

Ele adianta que o plano é que os simpatizantes formem um corredor para o presidente passar de manhã, quando sair do Palácio da Alvorada para ir ao Forte Apache, como é conhecido o QG do Exército. Depois, todos seguem para o local da solenidade.

"O pessoal está convocado para mostrar força, para mostrar que está do lado do presidente", explica Waldir. Haverá também encontro de Bolsonaro com os companheiros de turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras.

A caravana de reservistas pode ser definida como uma manifestação?

"O pessoal encara como quiser. Alguns vão ficar com a pulga atrás da orelha com esses reservistas todos, vão ficar preocupados. Não querem dizer que ele quer dar o golpe a todo custo? Deixa eles pensarem", diz Waldir, despreocupadamente.

Por Jornal da República em 11/08/2021
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