Dia de vitórias do governo Lula

Dia de vitórias do governo Lula

 

Zanin, ministro do STF 

Valeu a pena a sola de sapato e a saliva gastas pelo jurista Cristiano Zanin Martins no Senado e com os senadores. Ele teve sua indicação à vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) aprovada nesta quarta-feira, 21, com sucesso e louvor, tanto na CCJ quanto no plenário da casa legislativa.

 Pode preparar o terno

Esse 21 de junho, início do inverno, já está cravado biografia do mais novo ministro da corte máxima da Justiça brasileira. Novato não só porque está entrando agora, mas jovem também na idade. Com 47 anos, o ministro aprovado terá pela frente mais 28 anos de STF até à aposentadoria compulsória quando completar 75 anos de idade. Nesse intervalo de tempo, chegará à presidência do Supremo por mais de uma vez. Zanin completa 48 anos de idade no dia 15 de novembro deste ano.

Demorado e rápido

Após uma exaustiva sabatina feita por membros da CCJ do Senado, que durou quase 8 horas, Zanin teve a indicação aprovada por 21 a 5 votos. Já no plenário, em votação nominal, a ação foi mais pra ratificar o resultado da CCJ. Em apenas 32 minutos, o advogado foi "autorizado" novo ministro do STF com 58 votos favoráveis e 18 contrários, sem nenhuma abstenção dos presentes.

Na trave

Mais cedo, na saída da sessão da CCJ, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), disse à Coluna que arriscava 60 votos em plenário em favor de Zanin, inclusive com apoios da oposição. Não foi 60, mas 58 senadores que endossaram o nome do advogado ao Supremo.

Críticos

O voto foi secreto, mas entre os 18 que disseram Não ao indicado do presidente Lula ao STF, os senadores Magno Malta (PL-ES) e Sergio Moro (União-PR) fizeram questão de tornar públicos seus votos. Malta justificou que advogado não pode ser ministro do Supremo; Moro ressaltou que é um "risco à independência do Supremo" ter como membro o ex-advogado particular do atual presidente da República.

Chamou pra briga

A fala de Sergio Moro foi suficiente para uma manifestação irritada do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que saiu em defesa de Lula e Zanin. "Grave pra mim é um juiz ficar em conluio para violar o princípio da moralidade. Grave é um ex-juiz ingressar na gestão que ajudou a eleger e depois sair, acusando esse mesmo governo."

Meio caminho

A quarta-feira foi movimentada no Senado. Ao mesmo tempo em que a CCJ sabatinava Cristiano Zanin, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) votava e aprovava o relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre o projeto de lei complementar que cria o novo arcabouço fiscal. A matéria entrou na pauta de votação do plenário às 18h58, imediatamente após a aprovação de Zanin ao Supremo e, sob o escrutínio da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que foi presencialmente ao Senado para acompanhar a votação.

Quase lá

Até o fechamento da Coluna, os senadores estavam em plenário na discussão e debatendo os destaques e emendas de plenário ao PLP 93/2023, que cria o novo arcabouço fiscal. Com 57 votos a favor contra 17, os senadores aprovaram o texto-base e estavam votando os quatro destaques apresentados. Alguns senadores da oposição manifestaram-se contra a proposta, a exemplo do líder da oposição na casa, senador Rogério Marinho (PL-RN). Outros, como o líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), orientou pelo voto favorável fazendo uma ampla defesa das ações econômicas adotadas pelo Lula3.

Sincerão

No meio político, o senador Omar Aziz é conhecido como "sincerão" e, hoje, não foi diferente. Compondo a mesa diretora na votação do arcabouço fiscal, Omar escutou inúmeros elogios de seus pares sobre a condução das articulações do relatório, mas alguns, após afago no ego do senador, proclamavam voto contrário. Ao defender seu parecer e a nova regra fiscal, Aziz disparou: "Não adianta elogiar e votar contra."

Novo ninho

A partir desta quarta, 21 de junho, o senador Alessandro Vieira, de Sergipe, passa a ser oficialmente filiado ao MDB. Ele comunicou, em plenário, seu desligamento do PSDB, onde estava desde o ano passado, e anunciou sua entrada no MDB, sob as bênçãos de seu novo líder, Eduardo Braga.

Por Coluna Valéria Costa em 21/06/2023
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