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Novos diálogos da Operação Spoofing, com as conversas do grupo de Telegram "Filhos de Januário", em que os procuradores da Lava Jato planejavam suas operações e trocavam sugestões de trabalho, comprovam as acusações feitas pelo empresário Tony Garcia contra o ex-juiz suspeito Sérgio Moro. Em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, na última sexta-feira, Tony diz que atuou ilegalmente como um "agente infiltrado" da Lava Jato. Nesta condição, para permanecer em liberdade, ele era obrigado a buscar informações que pudessem comprometer desafetos e adversários políticos de Moro.
No primeiro diálogo, o procurador Athayde Ribeiro Costa questiona sobre a produção de uma "prova", no âmbito da Lava Jato, em que um colaborador ligaria para um investigado, e questiona se haveria problema com tal iniciativa. Na sequência, Januário Paludo responde dizendo que essa jurisprudência já havia sido utilizada em 2005 na operação TNT – a que prendeu o advogado Roberto Bertholdo, desafeto de Moro. "Não anularam. Teria que recuperar a jurisprudência", diz Paludo. Entretanto, mesmo sem ter sido anulada, a prova era ilegal, uma vez que não havia, na lei brasileira, previsão legal para a atuação de agentes infiltrados, como era o caso de Tony Garcia. Confira abaixo o diálogo:
19:48:04 Athayde Discussao: colaborador vai ligar para o investigado e perguntar sobre documentos q seriam produzidos para lastrear contrato ficticio. A gravacao da ligacao seria autorizada judicialmente e operada na sede da PF. Seria flagrante preparado/esperado? Teriamos problemas com essa prova?
19:48:27 Paulo Na PF
19:54:04 Ok
20:17:40 Januario Paludo Athayde. 2005 fizemos várias escutas ambientais a partir do escritório do colaborador (operação tnt). Colaborador marcava reunião e a conversa fluía sem provocação direta. Não anularam. Teria que recuperar a jurisprudência. O colaborador era o tony Garcia.
21:08:20 Athayde Excelente. A medida ja foi deferida... Heheh
21:08:52 Athayde Vc mostrou pro russo a documentação da DEUTCHEBRAS
21:08:52 Athayde ?
21:08:56 Athayde Januario
No documento abaixo, por meio de seu advogado, Antônio Figueiredo Basto, Tony Garcia indica os números das linhas celulares que ele utilizaria para grampear ilegalmente os desafetos de Moro, na condição de "agente infiltrado".
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