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Domingo, sim segundo domingo de maio e como todos os anos nessa data as ruas enchem; transbordam, mas de pessoas. Calçadas e ruas ficam bastante movimentadas, um clima diferente no ar. Mas não como todos os domingos pela manhã que muitos ainda têm o hábito tradicional de frequentar as feiras livres e outros mais religiosos, missas e cultos. O clima é diferente, ares diferentes; um clima de paz, olhares mais cordiais, brilhantes e esperançosos, como se os problemas do deslocamento até onde serão realizadas as confraternizações em homenagem às mães não incomodasse como nos dias comuns; no dia dia caótico das ruas do Rio de Janeiro. Filas imensas nas portas dos restaurantes e nenhum desentendimento, ninguém reclamando da demora, mesmo em sua maioria debaixo de um sol forte mas gostoso do outono do Rio de Janeiro. Todos sorridentes, bem vestidos e sorridentes. Bem vestidos e fraternos. Digamos, harmônicos.
Não ouço as buzinas descontroladas e estridentes que na maioria das vezes sem uma necessidade real de soarem ininterruptamente em nossos ouvidos já cansados da lida diária. Vejo uma cordialidade ímpar no trânsito; uma educação no trânsito inimaginável para nossa realidade, lembrando alguns lugares pelo mundo onde o fluxo entre carros e pedestres fluem de forma harmônica e linear. Motoristas, sejam eles de carros de passeio, táxis, aplicativos e ônibus agindo de forma diplomática, cedendo espaço e seguindo seus caminhos, a maioria em direção das mães, em ritmo fraterno.Nem no natal ou em outras datas religiosas vejo tanta boa vontade assim.
Até os motociclistas, motoboys entre entregas e suas idas e vindas percebi uma menor tensão em suas estradas próprias dentro das veias urbanas.
Hoje, domingo de manhã, entre o deslocamento de um extremo da cidade a outro, chegando no município vizinho, passando por regiões, costumes, realidades, classes sociais e estilos diferentes, pude notar o mesmo clima no ar. Mesma energia.
Claro, sempre tem aqueles que destoam, que fogem a regra, fogem da unanimidade, fogem do equilíbrio. Com seus carros acelerados de forma caótica desarmonizados diante da poética harmonia, quase causando acidentes e por consequência entristecendo uma mãe, ou várias e até mesmo a desse motorista inconsequente. Que pensando bem talvez estivesse tão desesperadamente com saudades de sua digníssima e amada mãe que esqueceu de entrar nesse clima de paz que tomou conta do Rio de Janeiro e colocou seu coração nos pés acelerando para estar o mais rápido próximo de sua rainha. Sim, nossa rainha. Preferi pensar assim, seguindo e observando que sem um contexto, ficamos desorientados, e como o mundo e suas engrenagens seguem desconhecidas; singulares para a raça humana.
E nesta viagem pela cidade fui recordando da minha Mãe, minha rainha, meu exemplo de caráter, trabalho, empatia e o poder de se multiplicar.
Mas percebo que este poder é da maioria das mães, não somente da minha, não é mesmo? Esse poder de ser várias em uma e muitas das vezes no mesmo dia. Várias atividades, várias respostas, várias funções em uma única mulher. Lembrei de tantas Histórias, de tantos momentos que me marcaram até hoje.
Ela e nós três; três meninos criados ao modo capricorniano de ser; amor capricorniano sem aquele melodrama materno de algumas; sem aquela defesa extrema e nocivamente protecionista de outras. O que é certo é certo e errado é errado, sendo filho ou não, jamais passar a mão na cabeça em erros e nos passando valores éticos e dando exemplo de pessoa justa, correta e amorosa do seu jeito até hoje. Forma de amar e demonstrar afeto que só entendemos quando crescemos e nos tornamos adultos, quando amadurecemos para ser mais exato. Regras morais como se fôssemos três escoteiros e ela a bandeirante chefe, mas sem pressão alguma; tudo de forma natural e num ambiente com muita música e sem deixar transparecer pra nós as dificuldades e tristezas do dia a dia. Sim, minha mãe foi uma bandeirante quando jovem (risos).
Mas retornando ao motorista imprudente. Quando percebi, ele já tinha passado e eu nesse devaneio relembrando histórias de minha mãe; meus irmãos e eu, já estava chegando em meu destino.
- Óbvio, ver, abraçar e beijar minha Mãe.
Espero que todos vocês tenham tido um domingo de mães na mesma energia que eu presenciei hoje, principalmente pela manhã.
E estando ou não sua mãe ainda neste plano, todos nós temos uma. E esteja onde a sua estiver, tenho certeza que está nesse momento orando e pedindo proteção a Deus por você.
Cuide dela, ame-a como se fosse a última vez, pois às vezes é e só nos damos conta quando não estiverem mais por aqui. E percebermos que amor igual de mãe não há igual. E sem desmerecer os pais.
Quão bom seria se todo domingo ou todos os dias fosse dia das mães, se essa energia fosse a mesma sempre.
Seríamos bem mais felizes.
Uma visão romântica, poética?
Talvez, mas quem sabe essa crônica possa se tornar real todos os dias?
Feliz dia das mães pra todos nós.
Por: Léo Paes Mamoni
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