Dirceu diz que parte do PL não quer Bolsonaro: 'Cuidou dos filhos e abandonou os militares'

  Em entrevista ao jornal O Globo , o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, comentou sobre o impacto do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado. Inelegível até 2030 e alvo de novas denúncias, Bolsonaro, segundo Dirceu, já demonstra sinais de que planeja uma candidatura em 2026, mesmo diante da perspectiva de uma possível impugnação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O indiciamento pela Polícia Federal (PF), junto com outros 36 nomes, a maioria militar, coloca Bolsonaro em uma posição delicada. Há base para condenações, e outros processos ainda estão em curso”, afirmou Dirceu.

Candidatura e resistência interna no PL

Segundo o ex-ministro, Bolsonaro já está em campanha, mas enfrenta desafios internos. “Parte do PL não o quer”, destacou Dirceu, referindo-se ao partido de Valdemar Costa Neto, que pressão pressão para definir uma estratégia eleitoral viável para 2026.

Ainda assim, Dirceu aponta que Bolsonaro tem dificuldades para se consolidar como líder da direita. “Ele já abandonou os militares. Cuidou dos filhos e só. Todo mundo já conhece o Bolsonaro. Ele não engana mais ninguém”, afirmou.

Futuro político e eleitoral

O ex-ministro também enfatizou a falta de sucessores no bolsonarismo. “Bolsonaro não tem um herdeiro político consolidado e, com seu enfraquecimento, outros candidatos deverão surgir para disputar o espaço da direita”, analisou.

Além disso, Dirceu exerce a atuação do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que está analisando o relatório elaborado pela PF. Caso haja denúncia, o caso será apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, figura central no enfrentamento ao radicalismo bolsonarista.

José Dirceu de volta ao cenário político

Após recuperar seus direitos políticos, Dirceu também desponta como figura ativa na política nacional. Embora não tenha planos eleitorais confirmados, ele agora está apto a disputar cargos em 2026.

A fala do ex-ministro evidencia as incertezas sobre o futuro do bolsonarismo. Com processos judiciais, divisões internas e falta de sucessores, o caminho para Bolsonaro retomar o poder parece cada vez mais nebuloso.

Fonte: Urbsmagna