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A Polícia Federal buscou uma última cartada para direcionar a relatoria da Operação Overclean ao ministro Flávio Dino, mas encontrou resistência no Supremo Tribunal Federal (STF). O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, procurou pessoalmente o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, em um apelo final para tentar convencê-lo da importância de transferir o caso para Dino. No entanto, Barroso rejeitou a solicitação e manteve a investigação sob a relatoria do ministro Kassio Nunes Marques.
A Operação Overclean investiga suspeitas de corrupção em contratos públicos que envolvem mais de dez estados e afeta adversários do governo federal. Um dos principais alvos é o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), atual 2º vice-presidente da Câmara. A PF apura desvios de recursos públicos que extrapolam a Bahia, incluindo estados como Amapá e Goiás. No Amapá, onde Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tem sua base política, sua chefe de gabinete foi mencionada em conversas captadas pela polícia. Já em Goiás, as investigações tocam interesses do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que tem aspirações presidenciais.
O nome de Flávio Dino surgiu como preferência da PF porque ele já conduz outra ação no STF que questiona a falta de transparência no pagamento de bilhões de reais em emendas parlamentares. Para os investigadores, essa experiência tornaria Dino o mais apto para conduzir a Overclean. Contudo, os bastidores indicam que havia outra preocupação: a Polícia Federal temia que Kassio Nunes Marques, apontado como mais próximo da classe política, pudesse suavizar as apurações ou não dar o devido andamento ao caso.
As insinuações de que Nunes Marques poderia atuar com menos rigor geraram incômodo entre integrantes do STF e chegaram ao próprio ministro. Sem evidências concretas para embasar tais preocupações, Barroso manteve a decisão original, frustrando a tentativa da PF de alterar a relatoria do caso. Agora, caberá a Kassio decidir os próximos passos de uma investigação que já preocupa grande parte da classe política e pode gerar desdobramentos imprevisíveis nos bastidores do poder.
Fonte: Veja
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