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O dólar chegou a superar a marca psicológica de R$ 5 nesta terça-feira (26), com a moeda brasileira liderando com folga as perdas entre as principais divisas globais na sessão, mesmo depois de o Banco Central anunciar leilão extraordinário de swaps cambiais.
A moeda norte-americana bateu R$ 5 no pico da sessão, alta de 2,53%, às 11h45 (horário de Brasília), momento em que veio a informação de que o BC realizaria, entre 12h20 e 12h30 desta terça-feira, leilão de até 10 mil contratos de swap cambial tradicional.
Foram vendidos na operação, primeira do tipo desde o leilão realizado em 22 de dezembro de 2021, todos os US$ 500 milhões ofertados na forma de contratos de swap cambial tradicional.
A moeda desacelerou a alta logo após o anúncio do leilão, chegando a baixar para R$ 4,968 na venda às 11h46 (alta de 1,88%), antes de recobrar algum fôlego.
Por volta das 16h10, o dólar à vista avançava 2,1%, a R$ 4,978 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa caía 1,97%, aos 108.504,31 pontos, caminhando para o seu sétimo dia seguido de queda, à medida que as perdas de ações do setor bancário doméstico, após balanço do Santander Brasil, somava-se a efeito de sessão de baixa em Wall Street.
A reação negativa aos resultados de Santander Brasil, que abriu a temporada de balanços para os grandes bancos locais, contaminava outros papéis do setor, incluindo de Itaú Unibanco e Bradesco, o que ajudava a derrubar o índice. Empresas de energia elétrica estavam entre os destaques positivos na ponta oposta.
Dia de ampla valorização do dólar
O dia era de ampla valorização do dólar, cujo índice frente a uma cesta de rivais fortes subia cerca de 0,45%, rondando máximas em dois anos em meio a temores sobre intensificação do aperto monetário nos Estados Unidos e à perspectiva de desaceleração econômica na China.
Divisas emergentes pares do real, como pesos mexicano, chileno e colombiano, também operavam no vermelho, embora caíssem a ritmos bem mais comportados.
Além do exterior avesso ao risco, alguns investidores apontavam o ambiente político doméstico desconfortável como fator adicional de cautela.
A disparada do dólar no mercado local vem depois de a moeda já ter saltado 5,59% no acumulado dos dois últimos pregões, a mais forte valorização em dois dias desde 18 de maio de 2017 (+9,48%), quando os mercados derreteram após delação de Joesley Batista, um dos sócios da JBS.
Quando tocou os R$ 5, no pico da sessão, o dólar superou esse importante patamar psicológico pela primeira vez desde 21 de março passado, ficando 8,5% acima da cotação de fechamento de R$ 4,6075 registrada em 4 de abril –mínima desde março de 2020.
Influência externa
“O fator maior (de influência) está vindo de fora”, diz Luciano Costa, economista e sócio da Monte Bravo Investimentos, citando os temores de desaceleração econômica global que vêm atingindo os mercados tanto por causa da perspectiva de altas de juros mais agressivas nos Estados Unidos quanto pelas medidas de contenção à Covid-19 na China.
Camila Abdelmalack, economista na Veedha Investimentos, observa também que o impacto na econonomia chinesa afeta as commodities “e com isso há também uma retirada (de recursos) de investidor estrangeiro nesses últimos tempos”, “que vem trazendo a bolsa abaixo do patamar dos 110 mil pontos”.
Os principais índices de Wall Street caíam entre 1,3% e 2,7%, com manutenção do foco em perspectiva de aperto mais agressivo da política monetária norte-americana e nos efeitos econômicos das restrições na China contra Covid-19. O mercado aguarda por algum suporte de resultados de grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Alphabet e Microsoft, a serem divulgados após o fechamento do mercado.
Na cena local, o boletim Focus voltou a ser publicado depois de um hiato de quase um mês, e apontou para projeção de Selic por economistas de 13,25% no final do ano, ante expectativa de 13,05% na semana anterior e 13,00% há quatro semanas. (Da CNNBrasil)
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