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Entre novembro e dezembro de 2022, período em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneceu recluso no Palácio da Alvorada depois de sua derrota na eleição presidencial, o local foi marcado por visitas frequentes de aliados próximos. Entre eles, a presença mais constante foi a do ex-ministro e companheiro de chapa Walter Braga Netto, que esteve no palácio em 55 ocasiões. Entre os ministros ainda em exercício, os titulares da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e da Justiça, Anderson Torres, destacaram-se como os mais assíduos.
Na última semana, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Braga Netto, Nogueira, Torres e outras 33 pessoas sob as acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Conforme a investigação, o Palácio da Alvorada foi palco de reuniões destinadas a planejar ações para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como parte das provas apresentadas, a Polícia Federal destacou registros de entrada no Alvorada. Braga Netto foi o visitante mais recorrente entre 31 de outubro e 31 de dezembro de 2022, com 55 entradas registradas, superando inclusive integrantes da família do ex-presidente. Logo atrás, aparece o tenente-coronel Mauro Cid, então chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, com 53 registros no mesmo período. Em ambos os casos, os registros indicam que houve dias com múltiplas visitas. Segundo a PF, tanto Braga Netto quanto Mauro Cid desempenharam papéis centrais no planejamento da suposta tentativa golpista.
Entre os ministros que permaneciam no governo, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira tiveram papéis destacados no plano. De acordo com a investigação, Torres teria integrado o “núcleo jurídico” da articulação, enquanto Nogueira teria trabalhado para pressionar os comandantes das Forças Armadas a apoiar o esquema.
Esses desdobramentos colocam o período pós-eleitoral de 2022 sob escrutínio, trazendo novas luzes sobre os bastidores políticos e as tentativas de desestabilizar a transição democrática.
Em seguida na lista, aparecem Ciro Nogueira (Casa Civil) e Célio Faria (Secretaria de Governo), com 16 e 13 entradas, respectivamente. Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que foi indiciado, tem 11 registros, igual Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União).
Em nota divulgada no sábado, Braga Netto afirmou que “nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém” e que “sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais”.
Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada e narrou parte dos fatos investigados. Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira não comentaram o indiciamento.
Com informações de O Globo.
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