Eduardo Paes quer tirar R$ 1 bilhão da Baixada Fluminense e Washington Reis diz que vai para a Justiça

Se governador não decidir rápido, justiça pode bloquear os recursos

Eduardo Paes quer tirar R$ 1 bilhão da Baixada Fluminense e Washington Reis diz que vai para a Justiça

DA REDAÇÃO - O prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM-RJ), tentou forçar uma votação para mudar as regras pela partilha de R$ 1 bilhão referente à venda da Cedae. No último encontro da Câmara Comunitária, o governador Claudio Castro disse que a decisão cabe a ele e que comunicaria a todos o que seria decidido no momento certo. A batalha pode ir para a justiça pelo dinheiro da venda da CEDAE.

Visando impedir que a questão seja decidida nos tribunais, evitando assim atrasos das obras pelo estado justamente às vésperas das eleições majoritárias de 2022, o governador e sua equipe já cogitam uma terceira alternativa: compensar os municípios da Baixada Fluminense com parte do dinheiro da venda reservado originalmente para os cofres estaduais, cerca de R$ 14,478 bilhões.

Com isso, Castro agradaria todas as partes e evitaria o risco de ver os recursos bloqueados na Justiça, atrasando obras que devem ajudar na sua própria candidatura à reeleição para governador.

O governador Claudio Castro deve apresentar uma definição nas próximas semanas para impedir que a questão pare nos tribunais e evitando atrasos em obras pelo estado.

A disputa tem deixado bastante tensa a relação entre Eduardo Paes e os prefeitos da Baixada, um participante do encontro disse:

“Paes tem deixado no ar a ameaça de judicializar a questão. Ele diz que, mesmo que não quisesse, a Procuradoria do Município o obrigaria a isso. O recado foi dado na última reunião da Câmara Comunitária, onde estiveram os prefeitos e o governador Claudio Castro”

O prefeito de Caxias, Washington Reis (MDB), ficou furioso com a tentativa de mudança na divisão do ágio da Cedae. Pelas regras atuais, sua cidade receberá R$ 630 milhões. Se virarem a mesa, levará pouco mais de R$ 300 milhões.

E Eduardo Paes (PSD), teria convencido prefeitos de outras cidades, como o de São Gonçalo (cujo quinhão pularia de R$ 800 milhões para mais de R$ 1 bilhão) a ficar do seu lado.

Não será nada fácil a tarefa de Claudio Castro, parar a briga do prefeito do Rio com os prefeitos da baixada, pois ele quer repactuar as regras, sob a alegação de que a capital saiu prejudicada na partilha, a exemplo de outras cidades do estado.

Alguns prefeitos da Baixada já ameaçam que não vão aceitar a nova divisão proposta que passaria a ser feita tendo em conta os mesmos parâmetros usados na formação dos blocos leiloados e não mais levando em consideração a proporção de população de cada cidade beneficiada. Os prefeitos envolvidos, argumentam que também vão parar na justiça, pois as regras antigas tinham sido registradas em ata e aceitas por todos.

“Não tem essa conversa de lote. Lote foi a metodologia que o governo criou para atrair compradores. A distribuição do ágio está em ata. Não vai ter votação”, protesta Washington.

Por Jornal da República em 27/07/2021
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