Empresas com histórico de negligência ficarão proibidas de organizar grandes eventos. Banco de dados será criado

Empresas com histórico de negligência ficarão proibidas de organizar grandes eventos. Banco de dados será criado

A morte na semana passada do estudante de Educação Física João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, após ter sofrido uma descarga elétrica ao encostar em um food truck durante o evento I Wanna Be Tour, organizado pela empresa 30e no Riocentro, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, acendeu a luz vermelha do presidente da Frente Parlamentar de Serviços do Congresso, deputado Júlio Lopes (PP).

Diante disso, ele vai apresentar um projeto de lei que cria novos protocolos de segurança  emergenciais para grandes eventos e festivais.

A finalidade, segundo o parlamentar, é a de trazer maior segurança para os participantes e criar um banco de dados com a relação das empresas que possuem um histórico de negligência na organização desses eventos.

De acordo com um dos participantes que estava no festival e que é formado em eletrotécnica, outras pessoas também estavam sofrendo descargas elétricas em pontos diferentes do parque.

Ele afirmou que observou várias fiações irregulares, expostas e sem o aterramento adequado no local, e que segundo ele, avisou aos funcionários sobre o perigo e a possibilidade de um acidente.

Para o parlamentar, existem hoje, de acordo com a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), mais de 77 mil empresas atuando na área e que geram cerca de 93 mil vagas de empregos formais, gerando uma  arrecadação de aproximadamente R$ 100 bilhões por ano em consumo, comprovando a importância  estratégica para a economia do país. 

 - Mas isso não justifica  como nas demais áreas do mercado, a contratação de profissionais com baixa qualificação para trabalharem em eventos de grande porte como o ocorrido no Riocentro, e que acabam colocando em risco milhares de pessoas que frequentam esses locais - explicou. 

O parlamentar informou ainda que irá encaminhar um requerimento de informações para a direção da empresa 30e, responsável pela organização do evento no Riocentro, onde quer saber se as caixas de energia estavam devidamente isoladas e lacradas conforme determina a legislação. Ele vai solicitar também a cópia do contrato para a realização do evento, números de seguranças e técnicos em eletricidade presentes, autorização para o fornecimento de energia para o evento pela empresa responsável e a autorização do Corpo de Bombeiros para sua realização. 

 - Nossa finalidade é a de fazer com que o Governo Federal através do Ministério de Turismo, crie protocolos e regras mais rígidas para colaborar com a organização dos grandes eventos, como por exemplo a divulgação com a antecedência da possibilidade de chuvas fortes acompanhadas de raios e calor extremo entre outras; o que irá contribuir para para melhorar a qualidade dos eventos realizados em todos os estados. Não há interesse em punir as boas empresas e os bons organizadores dos eventos; porém as que não se enquadrarem serão responsabilizadas no rigor da lei - disse.

Por Jornal da República em 13/03/2024
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