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A bacia Guiana-Suriname tem sido um dos principais focos da indústria petrolífera global, e agora o Suriname se prepara para uma nova onda de investimentos robustos na exploração offshore. Após a Guiana acumular mais de 13 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em descobertas na última década, o país vizinho projeta a perfuração de pelo menos 10 poços entre 2024 e 2025, atraindo a atenção de gigantes do setor. Segundo a consultoria Rystad Energy, esse avanço impulsionará o crescimento econômico e fortalecerá o setor energético surinamês.
Aceleração nos investimentos e novos projetos
O setor de petróleo e gás do Suriname tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos. Os investimentos no segmento upstream saltaram de US$ 348 milhões em 2020 para US$ 514 milhões em 2023, e as projeções indicam que o volume total de investimentos pode atingir US$ 9,5 bilhões entre 2024 e 2027. O desenvolvimento do projeto GranMorgu, liderado pela TotalEnergies, e novas campanhas exploratórias estão entre os principais vetores desse crescimento.
Entre os projetos mais relevantes, destaca-se o poço Araku Deep-1, primeiro da Shell em uma sequência de quatro perfurações programadas para 2024. Caso sejam confirmadas reservas comerciais, essa descoberta poderá abrir caminho para novas iniciativas em áreas mais profundas. A estatal surinamesa Staatsolie, que detém 20% de participação no projeto, reforça seu compromisso com a expansão da exploração offshore.
Suriname busca consolidar sua posição no mercado energético
O país já acumula reservas recuperáveis estimadas em 2,2 bilhões de barris de óleo equivalente, figurando como a segunda maior fronteira emergente de exploração, atrás apenas da Namíbia. A presença de empresas como Shell, TotalEnergies e Chevron demonstra o interesse crescente no potencial da região.
O Bloco 58 se destaca como uma das áreas mais promissoras, beneficiando-se da semelhança geológica com os reservatórios de sucesso na Guiana. Além disso, o ambiente regulatório favorável e os incentivos oferecidos pelo governo surinamês vêm consolidando o país como um destino estratégico para novos investimentos.
Um dos projetos mais aguardados é o GranMorgu, que abrange os campos Sapakara South e Krabdagu. Com potencial de recuperação de 700 milhões de barris de óleo equivalente, o empreendimento deve iniciar suas operações em 2028. O projeto contará com uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO), com capacidade para processar até 220 mil barris de petróleo por dia e armazenar 2 milhões de barris. Além disso, adotará soluções para minimizar emissões, incluindo a reintrodução total do gás associado aos reservatórios, eliminando a queima rotineira de gás.
Redução nos prazos de desenvolvimento
A eficiência operacional na região tem avançado significativamente. Enquanto o poço Liza-1, no Bloco Stabroek (Guiana), entrou em produção quatro anos após sua descoberta, outros projetos na bacia Guiana-Suriname vêm seguindo um prazo médio de seis anos entre descoberta e início da produção. Esse fator reflete o compromisso das empresas em otimizar processos e acelerar os retornos econômicos.
Outro player importante na exploração offshore do Suriname é a Petronas, da Malásia. Atualmente, a companhia conduz uma pesquisa sísmica 3D nos blocos 63 e 52, abrangendo uma área superior a 6 mil quilômetros quadrados. Essa análise, iniciada em dezembro de 2023 e com duração estimada de 150 dias, tem como objetivo mapear o prospecto Ironman antes da perfuração exploratória, com uma segunda fase de exploração prevista para 2027.
A Petronas já realizou descobertas significativas no Bloco 52, com reservas superiores a 500 milhões de barris de óleo equivalente. Entretanto, com a saída da ExxonMobil de sua participação de 50% no bloco, a empresa precisará decidir se continuará o projeto sozinha ou buscará um novo parceiro para avançar nas fases de exploração e produção.
Suriname fortalece seu papel na exploração offshore
O crescimento da exploração petrolífera no Suriname reflete o apetite crescente das grandes petroleiras por novas fronteiras de produção. Com investimentos bilionários, uma regulamentação favorável e o desenvolvimento de infraestrutura, o país se consolida como um dos principais destinos para a indústria do petróleo na atualidade, abrindo novas perspectivas para o seu futuro econômico e energético.
Fonte: Brasil247
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