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Velho recurso da "cortina de fumaça" para atenuar os vexames da censura ao festival LoolaPallooza e o escândalo de corrupção no Ministério da Educação, o governo Jair bolsonaro se antecipou e oficializou, nesta segunda-feira (28), a indicação do economista Adriano José Pires Rodrigues, especialista do setor de óleo e gás, para a presidência da Petrobrás, em substituição ao general Joaquim Silva e Luna.
Negacionista do pré-sal, Adriano Pires é diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que presta serviços para empresas e associações de petróleo e gás. É defensor dos interesses das petroleiras estrangeiras, atuando junto à Petrobrás, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Congresso Nacional.
Adriano Pires já defendeu a privatização da Petrobrás como solução para os preços dos combustíveis e criticou qualquer mudança na atual política de reajuste da companhia. "A solução definitiva só virá com a privatização da Petrobras. Enquanto a empresa for de economia mista, tendo o Estado como controlador, os seus benefícios corporativos e as práticas monopolistas serão mantidos –a favor da corporação e, muitas das vezes, contra os interesses do Brasil", afirmou Adriano Pires em artigo publicado no site Poder 360.
O Ministério de Minas e Energia divulgou a relação de indicados para compor o conselho de administração da petroleira, que passará a vigorar a partir da confirmação pela Assembleia Geral Ordinária da empresa, que ocorrerá no próximo dia 13 de abril. A relação também coloca o engenheiro Rodolfo Landim para o exercício da presidência do conselho de administração.
Esta é a segunda troca na Petrobras em um ano, tendo a mesma causa: o preço dos combustíveis.
O primeiro presidente da Petrobrás na gestão Bolsonaro, Roberto Castello Branco deixou o cargo em fevereiro do ano passado, sendo substituído pelo general da reserva Silva e Luna -- que, até então, comandava a parte brasileira de Itaipu.
Com menos de um ano efetivamente no cargo, Silva e Luna deixa o posto após Bolsonaro discordar da política de preço da estatal. Essa política repassa para o mercado interno as variações do dólar e do barril de petróleo. Este último disparou, por conta da guerra na Ucrânia, fazendo aumentar a pressão por reajustes nos combustíveis no país.
As sanções ocidentais à Rússia causadas pelo conflito na Ucrânia fizeram o barril de petróleo disparar num primeiro momento (mesmo que agora esse valor já tenha voltado ao nível pré-guerra).
Por conta desse aumento, a Petrobrás anunciou uma alta de 18,77% na gasolina e de quase 25% no óleo diesel, gerando uma insatisfação generalizada no governo e no Congresso.
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