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DA REDAÇÃO - Depois de dois dias paralisada, por causa do atraso no envio das vacinas pelo Ministério da Saúde, o município do Rio de Janeiro retomou nesta sexta-feira (13/08) e prossegue no sábado (14/08) a vacinação de jovens de 24 e 23 anos, respectivamente. Mas, para seguir com o calendário de imunização na semana que vem, a Secretaria Municipal de Saúde depende que o governo federal acelere a distribuição das doses existentes em estoque. O que se faz ainda mais urgente com o avanço da variante Delta na cidade, que provocou o aumento do número de novos casos de Covid-19.
Durante a divulgação do 32º Boletim Epidemiológico, no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova, o prefeito Eduardo Paes cobrou maior agilidade do governo federal na entrega de novas remessas. Preocupado com a variante Delta, ele contou que pretende finalizar a vacinação dos jovens para aplicar a dose de reforço nos idosos.
– Vou continuar cobrando publicamente. É uma logística que parece simples. Neste momento, o epicentro da pandemia, o lugar que está com mais casos de coronavírus no Brasil é o Rio de Janeiro. Sabe por que a gente quer terminar logo os 18 anos? Porque a gente quer começar a dose de reforço dos idosos acima de 60 anos. Fica aqui, mais uma vez, o meu apelo: mandem, por favor, as doses de vacina estocadas para cá! – afirmou o prefeito.
O envio, pelo Ministério da Saúde, da remessa que estava prevista para a terça-feira (10/08) chegou somente no fim da noite e em quantidade menor do que o esperado, insuficiente para um dia de campanha, o que causou a paralisação. A faixa etária de 24 anos, que deveria ter se vacinado na quarta-feira, tem cerca de 68 mil pessoas, enquanto o município do Rio recebeu apenas 38 mil doses. Na quinta-feira, chegaram mais 150 mil doses, completando o necessário para apenas duas idades, 24 e 23 anos.
A paralisação da vacinação na quarta e na quinta-feira significou a interrupção não apenas do calendário proposto pela Prefeitura do Rio, como também do ritmo de vacinação. Entre os dias 2 e 7 de agosto, mais de 451 mil pessoas foram vacinadas no município do Rio, despontando como a semana com maior número de doses aplicadas. Com isso, a cidade alcançou mais de 6,3 milhões totais de doses aplicadas e 65% de toda a população imunizada com a primeira ou única dose das vacinas contra a Covid-19.
Até a quinta-feira (12), 4.300.722 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer no Rio, e outras 138.702 receberam o imunizante da Janssen, que tem o esquema vacinal de dose única (DU). Esse total representa 84,1% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos) com a imunização iniciada ou concluída. Entre as pessoas que seguem o esquema vacinal de duas doses, 1.906.547 já receberam a segunda dose (D2), o equivalente a 38,7% da população elegível com a imunização completa. A meta da Prefeitura do Rio é vacinar com a primeira dose 90% dos cariocas a partir de 18 anos até agosto, um total de 4,7 milhões de pessoas. Além disso, a expectativa é iniciar a imunização de toda a população a partir de 12 anos até meados de setembro.
Além dos jovens de 24 anos aptos a se vacinarem nesta sexta-feira; e os de 23, no sábado, sendo preferencialmente mulheres de manhã e homens no turno da tarde em ambos os dias, também estão habilitados adultos acima de 45 anos, pessoas com deficiência, gestantes, lactantes e puérperas a partir de 18 anos. A segunda dose está mantida nos postos normalmente. É importante que a população compareça na data correta de sua idade para a primeira dose e não esqueçam a data de retorno para a segunda dose.
A SMS disponibiliza 280 pontos de vacinação em toda a cidade, que funcionam de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e outras informações estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS e da Prefeitura do Rio. Neste sábado (14), a maioria dos postos de vacinação funcionarão das 8h às 17h.
Cenário epidemiológico
A 32ª edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira, mostrou que os casos da doença aumentaram no município do Rio nas últimas cinco semanas. Esse efeito pode ser causado pela circulação da variante Delta, que, como estudos apontam, tem maior transmissibilidade. Em oposição à tendência de aumento dos casos por Covid-19, os índices de hospitalizações e de óbitos mantêm queda sustentada, o que pode ser relacionado como reflexo da imunização, que tem como principal objetivo prevenir casos graves e mortes.
– O dado positivo é que esse grande aumento do número de casos não está se observando nos casos graves e de óbitos, e isso se deve à vacina. Portanto, reforçamos para que a população tenha atenção porque, se a gente não tomar cuidado, a média de mortes pode subir nas próximas semanas – alertou Paes.
Na última semana, 19 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo cinco moradores locais e os demais pacientes que foram atendidos na cidade, mas moram em outros municípios. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 1.152, sendo 935 residentes. Entre os que moram na cidade, 852 casos da Gamma (P.1), 70 da Delta (B.1 617.2) e 13 da Alfa (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 52 faleceram, 16 permanecem internados e 867 já são considerados curados.
Por causa da disseminação da variante Delta e do aumento do número de casos notificados, o boletim aponta ainda o mapa de risco da cidade para Covid-19 retornando ao estágio de atenção. Todas as 33 regiões administrativas (RAs) do município estão classificadas como risco alto (laranja) para transmissão do coronavírus. As medidas de proteção à vida estabelecidas no Decreto Nº 49240, de 5 de agosto de 2021, são válidas até 23 de agosto, mantendo o nível de alerta para risco alto.
– Estamos em pleno inverno, temos uma nova variante na cidade e a pandemia ainda não acabou. É muito importante que as pessoas respeitem as medidas restritivas, que utilizem máscaras e evitem qualquer tipo de exposição desnecessária. É um momento muito preocupante porque os meses de inverno já têm um aumento no número de casos de gripe. Somado a uma nova variante, isso faz a gente entrar num nível de alerta muito grande – explicou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
O 32º boletim mostra ainda que, desde março de 2020, o município do Rio soma 416.577 casos de Covid-19, com 31.019 óbitos. Em 2021 são 202.208 casos e 11.979 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 5,9%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 179,8 a cada 100 mil habitantes, contra 285,8/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 3.035,5/100 mil, quando em 2020 era de 3.218,1/100 mil.(Da Ascom da Prefeitura)
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