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Na madrugada desta quinta-feira, 02 de março, um míssil russo atingiu um prédio residencial de cinco andares na cidade de Zaporizhzhia, na província de mesmo nome no sudeste da Ucrânia. No local viviam cerca de 300 pessoas em 70 apartamentos. Em colaboração com as autoridades locais, equipes de emergência de Médicos Sem Fronteiras (MSF) atuam para fornecer primeiros socorros psicológicos e itens essenciais às pessoas afetadas.
O número total de vítimas ainda não foi confirmado, mas de acordo com a promotoria geral local, quatro pessoas foram mortas, oito ficaram feridas e cinco continuam desaparecidas. O míssil dividiu o prédio ao meio e o fornecimento de eletricidade e água foi cortado. Os estilhaços e o choque da explosão também causaram danos a edifícios residenciais vizinhos.
Durante a noite, o alerta de ataque aéreo na cidade foi ativado devido a uma ameaça com mísseis, forçando nossas equipes a ir ao bunker duas vezes. Foram ouvidas duas grandes explosões na cidade por volta da 1h30, que ocorreram a 2 km do escritório de MSF, em uma área residencial densamente povoada.
Nossos profissionais agora estão fornecendo tratamento para pessoas com cortes na pele e queimaduras, além de primeiros socorros psicológicos. Até agora, fornecemos 37 consultas médicas e oito psicológicas por meio de uma clínica móvel, que inclui um médico, dois psicólogos e um promotor de saúde. A maioria dos pacientes que tratamos eram idosos.
“As pessoas têm vindo à clínica móvel de MSF com um aumento súbito e grave da pressão arterial e em estado de estresse”, diz o Dr. Gennadiy Ohmatenko, médico da clínica móvel de MSF. “Muitas pessoas se reuniram no local, sabendo que seus parentes estão sob os escombros. Elas esperam notícias dos socorristas, que ainda estão trabalhando nos destroços.”
MSF distribuiu itens de socorro, cobertores e colchões para as pessoas afetadas. Também doamos 100 kits de higiene e 100 cobertores para o conselho da cidade e para a Cruz Vermelha Ucraniana. Além disso, fornecemos ao Hospital nº 3 de Zaporizhzhia suprimentos médicos para ajudá-los a lidar com o fluxo de feridos. Equipes de resgate e médicos continuam levando moradores para hospitais e abrigos.
“É a segunda vez desde o início de 2023 que nossas equipes testemunham as consequências e atuam na resposta a ataques em que houve um flagrante desrespeito pela proteção de vidas civis”, diz François Delfosse, coordenador-geral de MSF para a Ucrânia. “A guerra continua a impor um preço inaceitavelmente alto às pessoas.”
Um míssil russo também atingiu um prédio residencial no centro da cidade de Dnipro em 14 de janeiro, matando pelo menos 46 pessoas, incluindo seis crianças, e ferindo mais de 80.
MSF trabalha em Zaporizhzhia desde março de 2022, onde fornecemos suprimentos médicos para hospitais perto das linhas de frente. Também administramos clínicas móveis que oferecem consultas médicas e apoio à saúde mental para pessoas deslocadas e residentes.
Da Editoria Última Hora / Imagem: Redes Sociais
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