Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Durante audiência da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj, nesta terça (29), a procuradora Samira Torres Shaat, do Ministério Público do Trabalho (MPT), disse que a “tropa está doente”, referindo-se aos efeitos das escalas de serviço excessivas a que são submetidos policiais militares no Rio de Janeiro, entre outros fatores.
“As escalas de serviço são de fato uma das causas desse adoecimento. Sobre a escala de 24h x 48h, a Justiça do Trabalho não valida essa escala para trabalhador celetista da iniciativa privada. Como validar para trabalhadores da segurança pública, submetidos a condições mais estressantes?”, questionou a procuradora, acrescentando que “a tropa está adoecida e que o nível de suicídios, depressão e ansiedade está cada vez maior, principalmente no Rio, que tem o maior indicador de mortes autoprovocadas [de policiais] junto com São Paulo e Ceará”.
A procuradora ressaltou que hoje não é viabilizado o descanso e o lazer ao policial, o que tem atrapalhado o contato familiar e a sensação de pertencimento à coletividade por falta de tempo para interação, citando também a falta de contato com colegas de trabalho em outras situações que não sejam de trabalho. “Isso precisa mudar para mitigar o sofrimento psíquico que está assolando a categoria”, alertou.
Samira também destacou a cadeia de sofrimento gerada pela morte de um policial. “Quando um policial se mata, quantas pessoas não morrem por dentro junto com aquele policial que se matou? São famílias, são colegas de trabalho, são amigos. É uma cadeia de sofrimento absurda. E o Estado precisa olhar para isso”, disse.
A procuradora defendeu que o “Programa de Assistência Ampla e Integrada de Saúde Mental e Valorização dos Agentes de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro”, desenvolvido atualmente pelo MPT-RJ, seja implantado pelo Governo do Estado como política pública. As ações do programa vêm sendo feitas até então com recursos do MPT-RJ.
Atualmente, o programa é realizado em parceria com o IPPES, a PUC-RIO, a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Faepol), as Corporações de Segurança Pública do estado e a Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
Via Coisas de política
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!