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Da Redação com Portal das Favelas - Em qualquer país do mundo existem placas e monumentos que lembram momentos marcantes da brutalidade humana como o Museu do Holocausto, na Alemanha, mas aqui no Brasil e em particular no Rio de Janeiro, o cotidiano holocausto urbano perpetrado pelo Estado contra o povo pobre favelado não pode ser imortalizado.
O Memorial das vítimas da chacina do jacarezinho, a maior do Estado do Rio de Janeiro, não durou uma semana na favela. Sem qualquer justificativa, policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, a Core, usaram marretas e um 'caveirão' para destruir o monumento que continha os nomes das 28 pessoas assassinadas, entre as quais a de um policial.
A operação aconteceu no dia 6 de maio de 2021 e na sexta-feira da semana passada, um ano depois da operação letal, moradores e entidades da sociedade civil inauguraram o memorial na favela, para que aquela barbárie não fosse esquecida. Os agentes do Core usaram marretas para danificar a placa de concreto e contaram com a ajuda de um veículo (conhecido como “caveirão”) para derrubar o monumento.
Também na semana passada, conforme matéria hoje no G1, um ano depois da operação, o Ministério Público estadual (MPRJ) denunciou à Justiça os policiais civis Amaury Godoy Mafra e Alexandre Moura de Souza pelos assassinatos de Richard Gabriel da Silva Ferreira e Isaac Pinheiro de Oliveira.
A apresentação da denúncia à Justiça marcou o encerramento das investigações pelo MP, que montou uma força-tarefa para apurar 13 situações nas quais foram mortas as 28 pessoas.
Os policiais Amaury e Alexandre foram acusados pelo órgão de executar dois suspeitos. A eles também foram atribuídos os crimes de fraude processual e de forjar o cenário no local das mortes.
Além deles, os traficantes Adriano de Souza de Freitas, o "Chico Bento", e Felipe Ferreira Manoel, conhecido como Fred, também foram denunciados pelo MP pelo homicídio duplamente qualificado do policial civil André Leonardo de Mello Frias.
No Brasil da Lorota Patriota a única placa permitida é em homenagem a um ex-PM com mais de 60 punições que virou deputado fascista para pregar contra a democracia ou, para celebrar um miliciano como Adriano da Nóbrega.
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