Estudantes nigerianos que fogem da Ucrânia enfrentam racismo na fronteira

Estudantes nigerianos que fogem da Ucrânia enfrentam racismo na fronteira

À medida que a invasão russa da Ucrânia continua, estudantes estrangeiros que tentam deixar o país dizem que estão sofrendo racismo por parte das forças de segurança ucranianas e funcionários da fronteira. O caso vem chamando a atenção do mundo nesta semana.

A ONU relatou que mais de 800.000 pessoas fugiram da Ucrânia desde que a Rússia atacou na semana passada. Nigerianos que tentam escapar descreveram discriminação e racismo, dizendo que foram impedidos na fronteira, enquanto os ucranianos foram recebidos de braços abertos.

O estudante nigeriano Alexander Somto Orah diz que o tratamento discriminatório que ele e outros estudantes africanos enfrentaram começou na estação de trem em Kiev e continuou na fronteira com a Polônia. “Começamos a protestar e dizer a eles que precisam nos deixar ir. Eles acolhem uma centena de ucranianos e depois dois africanos. Não faz sentido, porque há mais africanos do que ucranianos na fronteira”, disse ao Democracy Now.

“Então começamos a empurrar. A polícia engatilhou suas armas e apontou para nós e nos disse que iriam atirar em nós”, continuou. Orah acabou indo para Varsóvia e agora está ajudando outros estudantes a atravessar.

Estudantes que fogem da Ucrânia são expulsos de ônibus

Uma estudante de medicina africana afirmou que ela e outros estrangeiros foram obrigados a descer do ônibus de transporte público em um posto de controle entre a fronteira da Ucrânia e da Polônia. Eles foram orientados a ficar de lado enquanto o ônibus partia com apenas cidadãos ucranianos a bordo, afirma ela.

Rachel Onyegbule, outra estudante nigeriana do primeiro ano de medicina em Lviv, ficou presa na cidade fronteiriça de Shehyni, a cerca de 643,7 quilômetros da capital da Ucrânia, Kiev.

“Chegaram mais de 10 ônibus e estávamos vendo todo mundo sair. Pensamos que depois que eles levassem todos os ucranianos eles nos levariam, mas eles nos disseram que tínhamos que caminhar, que não havia mais ônibus e nos disseram para caminhar”, disse. (Do Diário do Centro do Mundo)

Por Jornal da República em 02/03/2022
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