Ex-secretário à CPI: PMDF não cumpriu planejamento durante ato golpista de 8/1; siga

Ex-secretário à CPI: PMDF não cumpriu planejamento durante ato golpista de 8/1; siga

Primeiro depoente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos antidemocráticos em Brasília na Câmara Legislativa, o ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Fernando de Sousa Oliveira afirmou que a Polícia Militar do DF (PMDF) não cumpriu protocolos previamente planejados, informa o site Metrópoles.

“Algumas orientações, não sei por que, não foram cumpridas. Eram orientações como: ficar em condições de pegar tropas especializadas em controle do distúrbio civil, não permitir acesso de pessoas e veículos à Praça dos Três Poderes, manter reforço de efetivo nas adjacências, no perímetro interno, em toda a extensão da esplanada, bem como na Rodoviária de Brasília. Vocês vão ter oportunidade de esclarecer, onde estavam essas tropas, cadê esse efetivo. Vão poder questionar a Polícia Militar cadê o efetivo. Porque não foi cumprido.”

Fernando era secretário em exercício da SSP-DF no dia da tentativa de golpe, em 8 de janeiro, já que na ocasião o então titular da pasta, Anderson Torres, estava de férias nos Estados Unidos. Durante seu depoimento, nesta quinta-feira (2/3), afirmou mais de uma vez que as ações acordadas na sexta-feira anterior aos ataques, por meio do protocolo de ações integradas, não foram cumpridas pela PMDF.

A Polícia Militar do DF foi acionada pela reportagem para comentar sobre o tema, mas não se pronunciou até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

CPI
A sessão teve início às 10h. Também está prevista para hoje a oitiva de Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da SSP.

Entre convocados das próximas sessões, estão o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres e representantes da Polícia Militar. A CPI vai apurar os fatos ocorridos em 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro deste ano.

Na primeira data, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal e transformaram Brasília em um cenário de guerra, atacando as forças de segurança e ateando fogo em veículos. Já em 2023, houve novo ataque orquestrado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com tentativa de golpe e a invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes. Os requerimentos de convocação foram aprovados na manhã dessa terça-feira (14/2), durante a primeira reunião da investigação na Câmara Legislativa.

Esse primeiro calendário das convocações começa ouvindo Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da SSP, e termina com o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal. Os encontros da CPI ocorrerão todas as quintas-feiras de março, às 10h.

Calendário
As datas das oitivas dos convocados de março foi definida em fevereiro. Veja:

  • 2 de março: Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da SSP, e Marília Ferreira Alencar, ex-sub-secretária de Inteligência da SSP;
  • 9 de março: Anderson Torres, ex-secretário da SSP;
  • 16 de março: Jorge Eduardo Naime, coronel da PMDF, e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, coronel da PMDF;
  • 23 de março: Júlio de Souza Danilo, ex-secretário da SSP, e Jorge Henrique da Silva Pinto, tenente-coronel da PMDF;
  • 30 de março: coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF.

Ao fim destas reuniões, um novo cronograma para abril será planejado. Foram aprovados ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Anderson Torres e Antônio Cláudio, além de requerimentos de informações à Polícia Civil do DF (PCDF), à Polícia Militar (PMDF), à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Congresso Nacional.

Com duração de 180 dias, a CPI pode, se necessário, ser prorrogada por mais 90.

Por Jornal da República em 02/03/2023
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