Fim da reeleição será uma das prioridades do Senado em 2024, diz Pacheco

Além disso, o senador mineiro defende a fixação do mandato para cinco anos e a unificação dos pleitos municipais e nacionais

Fim da reeleição será uma das prioridades do Senado em 2024, diz Pacheco

Uma das prioridades no Senado Federal em 2024, sob presidência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), será um pacote de medidas que visam mudanças nas eleições. Um dos principais pontos trata sobre o fim da reeleição para os cargos públicos, com a fixação do mandato para cinco anos - hoje, são de anos. Além disso, o senador mineiro defende a unificação dos pleitos municipais e nacionais. 

“Pode ser que tenha alguma resistência ( do governo federal), mas mesmo com a resistência a vontade é muito grande dos senadores. É impressionante. Com todo mundo que eu falo, dizem que tem que acabar”, disse durante café com jornalistas na manhã desta sexta-feira (22), na Residência Oficial do Senado Federal, na região do Lago Sul de Brasília.  

Sobre quando passaria a valer, Pacheco disse que a proposta não prejudicaria quem hoje detém mandatos, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e governadores, assim como prefeitos que serão eleitos no ano que vem: vamos fazer aritmética. Se a gente quiser o fim da reeleição, o mandato de cinco anos e a coincidência de eleições, então vamos ter que fazer aritmética a partir de 2030”, explicou. 

Pacheco ainda avaliou que o “fim da reeleição vai ser um grande bem para o Brasil”. Ainda segundo ele, isso pode ajudar acabar com o estado permanente de polarização eleitoral no país, com brigas constantes e ataques nas redes sociais. Isso em detrimento do desempenho no cargo público: “Todo mundo ia pensar: vamos fazer nosso trabalho aqui cuidado na nossa vida, com inteligência”.

“A reeleição está sendo usada como algo que atrapalha a primeira gestão e que se faz tudo para poder ser reeleito, gasto desenfreado, nomeações que não devem ser feitas, composições que não devem ser feitas, então eu acho que tem o mandato um pouco mais longo de cinco anos sem perspectiva de reeleição, eu acho bem razoável”. 

 

Sobre as drogas, mesmo sem chegar ao fim, a Corte Suprema já formou maioria para distinguir usuário e traficante. Na análise de Pacheco, inclusive, a harmonia e independência dos Poderes deve ser mantida, e o Legislativo somente irá responder com ênfase se o Judiciário, por exemplo, quiser legislar, que é o que acontece, na avaliação dele, sobre o porte e posse de drogas. 

“Essa é uma prioridade, deve ser apreciada em fevereiro na CCJ, com Efraim [Filho] relator. Ele deu uma modificada no texto para deixar claro que a quantidade de drogas é independente, vai gerar consequência jurídica, mas que o porte ou posse para uso não admite prisão”. Ele ainda defendeu ser necessária uma consequência jurídica para quem for pego com pequenas quantidades para que traficantes não fracionem a quantidade de drogas.

 Por Fransciny Ferreira 

Por Jornal da República em 23/12/2023
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