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Ainda que o número de internações por Covid-19 na primeira semana de 2022 seja menor do que no cenário recorde de 2021, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) voltou a alertar sobre a taxa de ocupação dos leitos da rede pública hospitalar.
Entre as capitais, Goiânia registrou o maior percentual de internados em UTIs com a doença: 94%.
Fortaleza (88%), Recife (80%) e Belo Horizonte (84%) também estão em situação crítica, segundo a Fundação.
As capitais que estão em estado considerado intermediário são Vitória (77%), Porto Velho (76%), Brasília (74%), Maceió (68%), Salvador (68%) e Macapá (60%).
A classificação fornecida pelo Observatório Covid-19 é definida justamente pela taxa de ocupação. Leitos com nível superior aos 80% são enquadrados em situação crítica, e de 60% a 79%, em situação intermediária.
Na nota técnica, divulgada pelo Observatório Covid-19 da Fundação, os especialistas ainda advertiram para o aumento no número de casos. “As próximas semanas precisam ser monitoradas, e é esperado que o número de casos novos de Covid-19 ainda atinja níveis muito mais elevados, pressionando a demanda por serviços de saúde, o que inclui leitos de enfermaria e UTI.”
Na análise dos estados, Pernambuco é o que apresenta maior lotação no momento (82%) e já está no estado de alerta crítico.
Pará (71%), Tocantins (61%), Piauí (66%), Ceará (68%), Bahia (63%), Espírito Santo (71%), Goiás (67%) e Distrito Federal (74%) estão na zona de alerta intermediário.
A primeira semana do ano – de 2 e 8 de janeiro – registrou um aumento de quase 152 mil infecções, quando comparado à semana anterior.
As medidas de prevenção – como o uso de máscaras de proteção em ambientes públicos – ainda são recomendadas pela Fiocruz.
De acordo com os especialistas do Observatório, o cenário é de cautela. Apesar de ser diferente dos números alarmantes de julho a agosto de 2021, que gerou um crise no sistema de saúde em todo o país, os cuidados devem permanecer.
“O observatório quer alertar que a taxa de ocupação dos leitos de UTI está crescendo. Um terço dos estados está com alerta intermediário ou crítico”, comentou a especialista Margareth Portela, do Observatório Fiocruz Covid-19.
“Os gestores precisam estar atentos a esse crescimento para ampliar de forma paulatina o número de leitos para essa demanda que ainda deve crescer”, concluiu.
Em comparação com o cenário do segundo trimestre de 2021, todos os estados reduziram a taxa de ocupação dos leitos para Covid-19.
Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul foram os estados que apresentaram a maior variação do número de internados entre o período com maior curva de contágio nacional e o momento atual. Ambos registraram 86% menos internados na primeira semana epidemiológica do ano.
“O que temos hoje é incomparável com o que vivemos entre março e junho do ano passado. Hoje, nós temos uma vacinação que faz diferença e temos uma variante com características diferentes, produzindo um adoecimento com manifestações mais leves”, finalizou Portela.
Juntos, os 26 estados e o Distrito Federal oferecem cerca de 10.800 leitos, oito mil a menos quando comparado com o cenário mais crítico da pandemia, no segundo trimestre de 2021, que somava quase 19 mil unidades de internação. (Da CNNBrasil)
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