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O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a previsão de crescimento da economia brasileira em 2024, agora estimada em 3%, segundo o relatório Perspectiva Econômica Global divulgado nesta terça-feira (22). O aumento de 0,9 ponto percentual na projeção do Produto Interno Bruto (PIB), em relação à estimativa anterior de julho, reflete um desempenho econômico melhor do que o esperado no primeiro semestre de 2023. O mercado de trabalho aquecido, a inflação controlada e o aumento da renda foram apontados como fatores-chave para essa revisão.
No entanto, o FMI emitiu um alerta para 2025, prevendo um crescimento mais modesto de 2,2%, abaixo dos 2,4% estimados anteriormente. O principal motivo para o esfriamento projetado é a política monetária restritiva, com a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,75%. O Banco Central já sinalizou a possibilidade de novos aumentos, com a taxa podendo atingir 11,75% até o final de 2024. Esse cenário deverá impactar o consumo e o investimento, moderando o ritmo de expansão econômica.
Além disso, o FMI destaca que o arrefecimento esperado no mercado de trabalho deve contribuir para uma desaceleração do crescimento. Apesar do forte desempenho observado nos primeiros seis meses deste ano, as expectativas são de uma perda gradual de força à medida que os estímulos fiscais se reduzem e a política monetária segue restritiva.
Resultados superiores no primeiro semestre e desafios à frente
No primeiro semestre de 2024, o Brasil surpreendeu analistas com resultados acima das previsões. O consumo privado e os investimentos foram impulsionados por uma combinação de fatores, como um mercado de trabalho robusto, menores impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e transferências governamentais. Entre abril e junho, o PIB brasileiro cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE.
Contudo, o FMI observa que o ciclo de alta de juros pode desacelerar esse crescimento. Atualmente, o governo e o Banco Central preveem uma expansão de 3,2% para 2024, com possíveis revisões em andamento, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Inflação Sob Controle, Mas Riscos Permanecem
A inflação também segue controlada, com o FMI projetando uma média de 4,3% para 2024 e 3,6% para 2025. A moderação dos preços foi um fator importante para o desempenho positivo da economia até o momento. No entanto, a política de juros elevados pode criar obstáculos ao crescimento econômico no longo prazo, restringindo o consumo e o crédito.
Cenário para a América Latina e Mercados Emergentes
No contexto regional, o desempenho brasileiro ajuda a compensar a revisão para baixo das previsões de crescimento do México, que agora são de 1,5% em 2024. Assim, o FMI elevou sua estimativa para a América Latina e Caribe para 2,1% em 2024, com um crescimento projetado de 2,5% para 2025, apesar da redução de 0,2 ponto percentual. Já para os mercados emergentes, dos quais o Brasil faz parte, o Fundo manteve a previsão de 4,2% para este ano, com uma leve queda de 0,1 ponto percentual para 2025.
Com esses números, o Brasil se posiciona entre as economias que, apesar dos desafios, conseguiram apresentar um desempenho resiliente, mas que precisarão lidar com ajustes importantes na política econômica para manter o crescimento sustentável nos próximos anos.
Fonte: urbsmagna
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