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Diante do adiamento do carnaval oficial para abril, os amantes da festa, em tese, teriam que segurar a ansiedade e esperar mais de um mês para aproveitar a folia momesca. Com o feriado mantido, no entanto, assim como no sábado, a animação não deixou de se fazer presente no Rio neste domingo, dia 27. Pessoas fantasiadas e batuques por alguns pontos, definitivamente, não estão deixando o carnaval passar em branco. E, para muitos, estar na rua é uma forma de manter viva essa manifestação cultural de forma popular e democrática.
Sem destino definido, integrantes do tradicional bloco das Trepadeiras se concentraram no Largo de Santa Rita.
— A gente se reuniu este ano contra a privatização do carnaval. Já que as festas estão acontecendo a todo vapor em lugares fechados, nós estamos nas ruas — afirma a editora Lívia Moura, de 36 anos.
A fantasia de cada uma das trepadeiras é composta por uma placa onde lê-se o nome de uma planta com um significado importante para o folião, como é o caso da roteirista Natália Balbino, que está vestida de Baobá afro-brasileira.
— Para mim, esta planta representa nossa força, resistência e, literalmente, o resgate das raízes africanas no Brasil — diz. — Eu não estou indo a nenhuma festa fechada, porque, para mim, o carnaval carioca se faz preenchendo as ruas da cidade. Então, vou aproveitar todos os blocos que forem possíveis.
Com a banda soando os saxofones e já em cortejo a partir da rua Miguel Couto, alguns minutos depois, uma das atrações foi um homem trajado de perna de pau dando banho de purpurina nos foliões.
— Depois de dois anos de pandemia e sem poder aproveitar o carnaval, eu estou muito emocionado de poder voltar a sentir essa energia — disse Anilson Costa.
Após cerca de 30 minutos, quando o bloco começou a caminhar em direção à Avenida Marechal Floriano, agentes da Guarda Municipal apareceram com cães e dispersaram o cortejo. Os foliões retornaram ao ponto de origem, na rua Miguel Couto, e voltaram a festejar com ainda mais força sem serem interrompidos pela corporação. O bloco continua, sem hora para acabar.
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