Fraport nega impacto das obras de ampliação do Salgado Filho na proteção contra cheias

Concessionária responde a denúncia do deputado Matheus Gomes sobre supostos prejuízos ao Sistema de Proteção Contra Cheias

Fraport nega impacto das obras de ampliação do Salgado Filho na proteção contra cheias

A Fraport Brasil emitiu, neste domingo (30), uma nota de esclarecimento negando que as obras de ampliação do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tenham prejudicado o Sistema de Proteção Contra Cheias (SPCC) da capital gaúcha. A denúncia foi feita ao longo da semana pelo deputado estadual Matheus Gomes (PSOL). As obras foram realizadas após a Fraport vencer a concessão do aeroporto em 2017. 

Na última quinta-feira (27), Matheus Gomes apresentou uma série de documentos da Prefeitura de Porto Alegre, alegando que as obras realizadas pela Fraport no Aeroporto Salgado Filho fragilizaram o sistema de proteção, potencialmente agravando as inundações que atingiram a zona norte entre maio e junho. Segundo o deputado, as obras de ampliação não seguiram diretrizes obrigatórias estabelecidas pelo Departamento de Águas Pluviais (DEP) durante o processo de licenciamento.

Ele também denunciou que a concessionária impediu a fiscalização da Prefeitura durante a realização das obras. 

Em sua nota, a Fraport Brasil afirmou que o sistema de micro e macrodrenagem do aeroporto de Porto Alegre foi devidamente autorizado e acompanhado pelas autoridades competentes, tendo como premissas principais manter as condições de projeto do entorno do aeroporto e a segurança operacional das atividades aeroportuárias. 

"O problema de alagamentos na Zona Norte de Porto Alegre, que inclui o aeroporto, é histórico e existe muito antes de a Fraport assumir a operação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em 2 de janeiro de 2018. Tal problemática era conhecida tanto pela concessionária anterior quanto pelas autoridades municipais, estaduais e federais.

Desde o momento em que a Fraport assumiu a gestão do Aeroporto de Porto Alegre, era sabido que o sistema de pista apresentava problemas de segurança devido às inundações, causadas pelo mal funcionamento do conduto forçado. Apesar de não fazer parte do escopo do contrato de concessão, a Fraport investiu cerca de R$ 170 milhões em um robusto sistema que atende às normas de drenagem do município", diz a nota. 

A Fraport destacou que o novo sistema de drenagem, inaugurado em 2021, é dividido em cinco bacias de acumulação das águas da chuva. A água é amortecida e acumulada nestes reservatórios e, por meio da gravidade e de casas de bombas, é direcionada para o Rio Gravataí ou para a Casa de Bombas 6 da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. 

"Todas as cinco bacias coletam água da chuva do aeroporto. No entanto, nas bacias 1, 2 e 5, 92% das águas coletadas são provenientes das precipitações que ocorrem nas áreas da cidade de Porto Alegre. Apenas 8% das precipitações coletadas estão na área do aeroporto. Em apoio à operação deste sistema, existem oito Casas de Bombas (CB) operadas por energia elétrica com redundância por grupos geradores individuais. De forma prática, o sistema permite um amortecimento das precipitações através das bacias de detenção. A água recebida é então amortecida e liberada em velocidades inferiores às máximas definidas no Manual de Drenagem do Município de Porto Alegre para o escoamento ao Arroio Areia e Rio Gravataí", detalha a nota. 

A manifestação da Fraport conclui afirmando que o sistema de micro e macrodrenagem do aeroporto é "superior, seguro e já deu amostras de seu pleno e seguro funcionamento nos últimos quatro anos". 

Procurado pela reportagem, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) optou por não se manifestar oficialmente sobre a denúncia do deputado, informando apenas que ela se refere ao período da gestão anterior e que será verificada internamente. 

 

Por Jornal da República em 03/07/2024

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