Freire Gomes falou tudo à Polícia Federal sobre trama golpista em depoimento que durou mais de 7 horas

Freire Gomes falou tudo à Polícia Federal sobre trama golpista em depoimento que durou mais de 7 horas

Investigadores querem saber se a ordem para não desmobilizar o acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília partiu dele e se recebeu ordem superior para interromper o trabalho da PF e da Polícia Militar do DF

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes | recorte | Foto de Evaristo Sá / AFP

O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército no governo do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL), respondeu a todas as perguntas da PF (Polícia Federal) feitas durante um depoimento que durou mais de 7 horas.

A oitiva foi relacionada a uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele foi ouvido na condição de testemunha e afirmou tudo o que sabia, informa o ‘g1‘. A PF busca manter o sigilo do conteúdo do depoimento para preservar a investigação.

O depoimento faz parte da operação ‘Tempus Veritatis‘, que investiga uma suposta trama golpista envolvendo Bolsonaro, ex-ministros e militares.

PF considera que o general teve um papel relevante para evitar o uso das tropas do Exército em possíveis atos golpistas e questiona por que ele não denunciou o que estava sendo tramado no governo.

Um dos temas das investigações é o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

Investigadores querem saber se a ordem para não desmobilizar o acampamento partiu de Freire Gomes ou se ele recebeu uma ordem superior para interromper o trabalho da PF e da Polícia Militar do DF.

O depoimento do ex-comandante do Exército será complementar ao do general Estevam Theophilo, que os investigadores consideram muito produtivo.

Segundo Theophilo, ele não tinha poder para dar ordens para tropas, apenas coordenar suas ações depois de acionadas, e era necessária uma ordem para que as tropas entrassem em ação.

De acordo com as investigações, Bolsonaro e aliados tentaram um golpe de Estado para impedir a posse de Lula e o general Freire Gomes recusou-se a participar, irritando os militares aliados do ex-presidente.

Braga Netto xingou o então comandante do Exército por não se juntar à tentativa de intervenção militar.

Bolsonaro, ex-ministros e militares foram ouvidos pela Polícia Federal, mas alguns preferiram exercer o direito de ficar calados.

Por Jornal da República em 02/03/2024
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