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"A sociedade brasileira está sob verdadeiro ataque do crime organizado contra nossa cidadania, que em minha opinião deve ser investigado e apurado com o maior rigor pela Polícia Federal e pela Secretaria Nacional de Segurança".
Foi assim que o presidente da Frente Parlamentar Intelectual e Combate a Pirataria, deputado Júlio Lopes (PP), demonstrou seu repúdio e indignação com a nova estratégia que vem sendo utilizada pelo crime organizado para a lavagem de dinheiro no país.
De acordo com informações da Polícia Federal, essas facções estão se utilizando da compra de postos de combustíveis que já encerraram as atividades, e os reativando como bandeira branca para realizar a operação.
Eles também são identificados com balões coloridos, como aqueles utilizados nas festas infantis, que são pendurados na frente do estabelecimento com a finalidade de evitarem fiscalizações e assaltos.
- Vejo com muita preocupação o atentado que a economia do Rio de Janeiro vem sofrendo com o avanço do crime organizado no setor de combustíveis. Tenho continuamente alertado o secretário de Fazenda do Rio e as autoridades em Brasília sobre a grave crise que vem se abatendo no setor de distribuição de combustíveis. Informações da Polícia Federal dão conta de que mais de mil postos, sendo 30 localizados aqui no Rio, já estão sob o controle da facção criminosa PCC que os utilizam para lavagem de dinheiro e assim expandirem seus tentáculos pelo país" - disse.
O parlamentar destaca ainda a existência de empresas que vendem o combustível abaixo do preço de custo, isso porque na hora do abastecimento lesam os clientes no volume, vendendo1000 ml mas colocando no tanque apenas 750 ml; isso sem falar nas misturas inadequadas que acabam por prejudicar o funcionamento do veículo. Ele lembra também que o combate e operações que o governo de São Paulo vem fazendo em relação a venda ilegal de combustíveis, já provocou um prejuízo de cerca de R$ 8 bilhões ao crime organizado naquele estado, o que resultou no desencadeamento de inúmeros incêndios criminosos promovidos por essa facção.
- O que vem ocorrendo, em minha opinião, trata-se de um verdadeiro ato de terrorismo que precisa ser combatido energicamente pela Polícia Federal e pelas secretárias de segurança. Aqui no Rio de Janeiro uma nova prática no mínimo suspeita vem ocorrendo, onde postos de gasolina que são submetidos a fiscalização tem sofrido assaltos no exato momento em que fiscais da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estão lavrando os autos, tendo seus computadores roubados com a finalidade de espalhar o terror, comprovando que cartéis comandados pelo PCC e outras organizações criminosas operam no Brasil. Quero também chamar a atenção da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que recentemente cassou a licença de uma importante empresa que acarretou enorme prejuízo ao setor de combustíveis, e agora pensa em revalidar essa licença. Isso é um verdadeiro absurdo! - disse indignado.
O parlamentar lembrou ainda que de acordo com informações do Instituto Combustível Legal (ICL), cerca de 1100 postos já estariam sob o controle de facções como o PCC.
Outros grupos como o Comando Vermelho, também já estariam se organizando para atuarem no mercado de combustíveis não só com a compra de postos, como também investindo em distribuidoras, usinas e até na produção de seu próprio combustível, se utilizando para isso de laranjas e prejudicando imensamente o setor legalizado de combustíveis, setor que mais arrecada em tributos estaduais e federais, gerando uma perda para o país de cerca de R$ 14 bilhões em sonegação.
- Para se ter uma ideia, a arrecadação de impostos estaduais no setor movimentou cerca de R$ 20 bilhões só com a venda de gasolina, etanol e diesel. Em 2023, o Brasil vendeu 129,7 bilhões de litros desses combustíveis, gerando um aumento de 4,8% em relação a 2022.
Mas infelizmente, com a adulteração desses combustíveis, o rombo é de R$ 19 bilhões; sendo que Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Paraná e Bahia, são os estados onde essas facções mais atuam – disse.
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