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Rio de Janeiro, RJ – O governador Cláudio Castro (PL) está no centro de uma nova polêmica ao acusar a Polícia Federal de agir com motivação política em seu indiciamento por suposta corrupção na Fundação Leão XIII, em 2017, quando ainda era vereador. Em uma conversa com a Agenda do Poder, Castro levantou três pontos que considera estranhos no caso: o vazamento da informação sem que sua defesa tivesse acesso aos autos, o fato de não ter sido ouvido pela PF até agora, e a possível usurpação de competência do ministro Raul Araújo, relator da ação no STJ.
Castro argumenta que, em casos onde o acusado possui foro especial por prerrogativa de função, como é o seu caso, apenas o ministro responsável pelo inquérito pode promover o indiciamento. A Polícia Federal, segundo ele, deveria apenas reunir informações para a decisão do relator. Se a autoridade policial realmente decidiu pelo indiciamento, os advogados do governador planejam pedir a imediata anulação do ato, alegando flagrante irregularidade.
"Após cinco anos da chamada Operação Catarata, eu sequer fui ouvido. Não tive ainda a oportunidade de apresentar minha versão sobre os fatos," protestou o governador.
Para comprovar o tratamento parcial, Castro citou o caso do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que foi recentemente ouvido pela PF em um inquérito que apura supostos desvios de emendas parlamentares. "Por que um ministro de Lula investigado é ouvido e um governador de estado não? Por que sou de um partido de oposição? A PF não pode fazer política; tem que agir tecnicamente," questionou Castro.
O governador defende o imediato afastamento do delegado responsável pelo caso para que seja apurado o vazamento da informação. "Esse vazamento, sem que a defesa tenha acesso aos autos, é um crime abominável. O delegado deve ser afastado para que tudo seja esclarecido. Se houve indiciamento, as cartas já estão na mesa, não há motivo para que a defesa não tenha acesso ao inquérito. Isto, se confirmado, constitui cerceamento da defesa," concluiu Castro.
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